Ninguém defende que as instituições medievais eram motivadas pela mera ganância ou orgulho. Porém as instituições modernas são-no. Ninguém diz que os primeiros frades franciscanos praticaram a pobreza para obter lucros, mas apenas que posteriormente algumas das suas comunidades obtiveram lucro. Porém, é certo que os Cecils, os Russels os Rothscild e todos os da sua laia, desde o começo pretendiam obter lucro. O que era a morte para o catolicismo, era o nascimento para o capitalismo. Desde que o capitalismo começou já não temos a inconsistência de quem fazia voto de pobreza e se tornava rico; mas a chocante consistência de um homem que faz o voto de ser rico e se torna cada vez mais rico. Se a riqueza era o abuso dos monges e abades, é agora o uso dos capitalista e banqueiros. O abade ganancioso violava os seus ideais. O capitalista ganancioso não tem ideais para violar. O capitalismo foi sobretudo o abandono da tentativa de governar o mundo por ideais, ...
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A mostrar mensagens de maio, 2025
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A Gioconda como retrato da Idade Moderna: "A Gioconda de Leonardo da Vinci é a expressão do turbilhão caótico no qual se encontra o coração. Não é por acaso, o sorriso enigmático e tentador de todos os rostos de Leonardo da Vinci, que exprime o cepticismo, o afastamento de Deus e a obstinação do Eu sei humano; não é por acaso que esse sorriso seja o da perturbação e do desregramento espiritual, da prelest* concupiscente e corrompida, que não exprime nada de positivo (aí reside o seu mistério) além de um descalabro interior, de uma confusão espiritual e da ausência de arrependimento." Pavel Florenski * Prelest: termo da língua russa, próprio da teologia Ortodoxa que significa uma ilusão espiritual originada, em última análise, pelo orgulho.