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Mostrando postagens de setembro, 2021
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                                                                                   Technê   Tanto a ideologia comunista como a ideologia liberal têm a pretensão de mudar a realidade para melhor; ambas querem, no jargão contemporâneo, ser projectos de modernização . Acreditam que o mundo, tal como está, é intolerável e  deve ser profundamente alterado, substituindo-se tudo que é antigo por algo de novo. Os dois sistemas intervêm fortemente no tecido social, justificando tal intrusão com a intenção de melhorar o status quo , “modernizando-o”. A palavra “modernização” tem uma óbvia conexão com a palavra “tecnologia”: ambas apontam para um desenvolvimento constante e ambas vêm o mundo como algo que deve ser melhorado através da engenharia, da técnica, duma constante inovação, como se tratasse duma máquina a ser constantemente aperfeiçoada com novos dispositivos e optimizada com novas invenções. A palavra “tecnologia” provem, como é sabido, do grego, technê que, segundo os antigos, ti
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                                            O QUE É UM MILAGRE?   Quando dizemos que ,  u m dado facto, teve uma causa sobrenatural estamos a pressupor que existem factos com causas não sobrenaturais; mas, se Deus, teologicamente falando, é a causa última ou primeira de tudo o que acontece, então, esta é uma afirmação meramente tautológica; dizer que algo aconteceu porque Deus quis que acontecesse é sugerir que alguma coisa pode acontecer sem que Deus queira, o que é contraditório com a definição de Deus como omnipotente e causa primeira. Portanto, não consigo entender como é que as investigações científicas de acontecimentos milagrosos  podem ser realizadas sobre fundamentos lógicos tão errados, tanto por quem aceita a sua existência como por quem não o faz. Ora, por que será que estas dificuldades raramente, ou nunca, perturbam a mente de quem está discutindo o assunto? Pelo seguinte motivo: quando se pretende investigar se um facto é milagroso ou não, o que geralmente se faz,
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                                                  Vamos Brincar à Caridadezinha ?   “Tudo é relativo” defendem os modernos, querendo significar, com isso, não existirem verdades absolutas, que “cada um tem a sua verdade própria, não a podendo, portanto, impor aos outros”.  Não se apercebem, no entanto,   que esta é uma afirmação profundamente imbecil. Se a afirmação da inexistência de verdades absolutas fosse verdadeira…era falsa – contraditar-se-ia a si própria no acto de ser proferida pois, para poder ter alguma validade, tal afirmação teria, ela própria, de se erigir em verdade absoluta e, sendo assim, afinal, sempre existiria, pelo menos, essa verdade. Se, pelo contrário, tal afirmação for falsa, é despicienda. Não existindo verdades objectivas, o pensamento e o raciocínio lógico tornam-se operações inúteis uma vez que o seu fim último é, precisamente, permitir ao intelecto humano, perante uma dada situação, conseguir aprender a realidade, chegando a   uma conclusão válida
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                               Tudo Está(va) no Seu Lugar, Graças a Deus, …!   Lembro-me de Portugal há uns cinquenta anos atrás. Já, então, começava a ser atacado e deturpado pela chamada civilização moderna, mas continuava a ser uma bela terra de homens humanos e livres. Havia cidades e regiões completamente intactas, onde se respirava, num cenário quase medieval, a paz beatífica dum país ainda cristão. Portugal era pobre, mas os portugueses possuíam riquezas que Banco algum pode proporcionar: o amor, a cordialidade, a gentileza e a boa disposição. Portugal, em alguns aspectos, era sujo, mas duma sujidade antiga e saudável, natural e campestre, que não ofendia a formosura da natureza e não tirava ao ar a sua pureza; era incómodo, um tanto primitivo e desprovido dos confortos modernos, mas compensava o visitante com a quietude das suas ruas, o desafogo das suas praças, a paz das suas pequenas cidades e aldeias, com a tranquilidade da sua vida humilde e operosa, com a querida simpl
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                                      Cigarettes Before Sex “Em 31 de Março de 1929, uma mulher chamada Bertha Hunt desfilou por   entre a multidão da Quinta Avenida em Nova York, vestida com as suas roupas mais provocantes, causando uma forte sensação nos presentes ao acender ostensivamente um cigarro Lucky Strike e pondo-se a fumá-lo em longas baforadas. O seu acto não teria sido tão conspícuo se a imprensa não houvesse sido prevenida com antecedência do que iria acontecer.  A menina Hunt disse então aos repórteres que tinha tido a ideia desta iniciativa "quando um homem, ao ver-me de cigarro na mão, me pediu que o apagasse porque se sentia muito incomodado quando via uma mulher fumar. Conversei sobre isso com as minhas amigas e decidimos que tinha chegado o momento de fazer algo sobre esta situação. ” Uma circular recebida previamente pela imprensa   anunciava que Bertha e as amigas iriam   acender as "tochas da liberdade”, em defesa da igualdade dos sexos e na luta con
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                                                                               Tradições Traídas     Li que num vilarejo em La Rioja organizaram uma corrida de... bisontes! E tive muita pena do povo dessa pobre terra de La Rioja, pena de tantas aldeias espanholas que traíram as suas tradições e as substituíram por contrafacções ridículas e insultuosas, pena de viver numa época ignominiosa que nos transformou em pobres lacaios de modas efémeras, sujeitos a costumes estrangeiros, à colonização embrutecedora dos media, e à tirania dos nossos próprios impulsos desorientados, que hoje querem participar numa corrida de bisontes, e talvez amanhã numa corrida de renas – com esse fantoche natalício chamado "Pai Natal”.   Saint-Exupéry escreveu que só uma filosofia de pertença, que ligasse o homem à sua família, ao seu trabalho e à sua pátria, o podia proteger do abismo do espaço; e que apenas o apego a ritos e a tradições o podia proteger da erosão do tempo. Quando esse sentimento de
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  «Considerem aqui os que são muito activos, e pensam abarcar o mundo com as suas pregações e obras exteriores: bem maior proveito fariam à Igreja, e maior satisfação dariam a Deus – além do bom exemplo que proporcionariam a si mesmos, - se gastassem ao menos a metade do tempo empregado nessas obras, em permanecer com Deus na oração. Então, muito mais haviam de fazer, não há dúvida, e com menor trabalho, numa só obra, do que em mil, pelo merecimento de sua oração na qual teriam adquirido forças espirituais. Do contrário, tudo é martelar, fazendo pouco mais que nada, e às vezes nada, e até prejuízo. Deus nos livre de que o sal comece a perder o sabor! (Mt 5.13). Neste caso, quanto mais parece que se faz alguma coisa exteriormente, em substância nada se faz, pois, é certo, as boas obras não podem ser realizadas senão por virtude de Deus». S. João da Cruz