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Mostrando postagens de julho, 2022
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                                                                                                         Platos Cave, Tom Hopkins 1986                                        EXAME DE CONSCIÊNCIA  E   REALIDADE            Aquilo a que chamamos senso do real fundamenta-se na distinção entre o efectivo e o possível . Fazemos esta distinção comparando aquilo que pensamos e imaginamos por vontade própria, com os dados que nos são impostos por uma dada situação presente. Neste momento, por exemplo, digito no teclado do computador as palavras que me brotam de dentro. Elas poderiam ser outras, bastando que eu quisesse mudar o foco da minha atenção para outro assunto. Se escrevo estas palavras e não outras, posso assegurar, na língua que o povo gaiato atribuiu ao ex-presidente Jânio Quadros: fi-lo porque qui-lo . Mas, tantas vezes quantas abra os olhos, enquanto estiver  aqui  sentado, verei diante de mim o mesmo teclado e a mesma tela, que se impõem à minha visão como dados de um mundo
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                                                                                                                       Guerras Justas e Injustas Deve-se notar, no entanto, que o confronto de forças armadas que constitui a guerra não é em si pecaminoso. O pecado só entra na equação quando a guerra é injusta. Existem hoje duas opiniões extremas sobre o assunto. A primeira glorifica a guerra e não admite limitações legais à actividade militar. A outra condena totalmente a guerra, recusando-se a admitir qualquer justificação para hostilidades armadas entre nações. Na verdade, essas opiniões contrárias são irmãs gémeas, filhas da mesma horrível mãe; elas têm a sua origem comum no materialismo ateu.  O princípio fundamental dos que glorificam a guerra é: “o poder tem sempre razão”. A lei, neste caso, é o ditame do mais forte. Isso equivale a uma deificação da força bruta, uma aceitação da lei do mais forte. A opinião do extremo oposto tem em si a suavidade da corrupção e da desintegração. Po
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      “No meu estudo das sociedades comunistas, cheguei à conclusão de que o propósito da propaganda comunista não era persuadir, nem convencer, nem informar, mas humilhar, e, para isso, quanto menos ela correspondesse à realidade, melhor. Quando as pessoas são forçadas a ficar em silêncio enquanto ouvem as mais óbvias mentiras, ou, pior ainda, quando elas próprias são forçadas a repetir as mentiras, perdem de uma vez para sempre todo o seu senso de probidade... Uma sociedade de mentirosos castrados é fácil de controlar.” (Theodore Dalrymple)                                                                                                       Psico-analizando a Revolução Sexual «Imaginemos uma realidade paralela onde algumas pessoas padecessem duma estranha deformação psicológica que as fizesse sentir um prazer intenso  quando entretivessem o pensamento de que 2 + 2 = 5.   A repetida indulgência na satisfação do desejo de contemplar semelhante  proposição tornaria essa contemplação v
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                                               M isericórdia humana; demasiado humana!   “A misericórdia é um efeito imediato da caridade. Mas para que seja uma verdadeira virtude, ela tem de conseguir submeter- se à regra da razão evitando cair na, assim na chamada, “paixão de misericórdia”.   Uma vez compreendido este ponto, será fácil distinguir a misericórdia do mero sentimentalismo.   É perfeitamente possível, por exemplo, uma jovem ficar zangadíssima com o juiz que condenou um assassino possuidor de uns olhos muito gentis; e, que a nossa simpatia por um “pobre menino incompreendido” que metralhou um polícia durante um assalto,   possa encher-nos os olhos de lágrimas. Mas isto não é obra da virtude da misericórdia. Na verdade esta pseudo misericórdia - no sentido de paixão, - pode até ser encontrada nos animais.   Como virtude, a misericórdia tem sempre de desenvolver-se ao longo de directrizes racionais em direcção à razão. Julga-se que a misericórdia tem algo de t
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                                                                         Natal 2014             O que poderia ser o melhor Natal da sua vida?   Aquele em que apercebesse claramente a Presença de Deus. Mas, o que é a Presença de Deus? Ela é tantas coisas que todos os livros do mundo não bastariam para a descrever. De todas essas coisas, sei somente uma. Ela pode ser muito modesta no conjunto, mas para mim é a mais importante, justamente porque é a única que conheço com a certeza absoluta de quem viveu a experiência e sabe do que está falando. Vou tentar resumi-la. Espero que goste deste meu presente de Natal. É o seguinte. Quando falamos com alguém, não atiramos simplesmente palavras para todos os lados, mas dirigimo-nos  a uma pessoa determinada, da qual sabemos alguma coisa. Falar com Deus não é diferente disso.Temos de nos dirigir a Deus como a uma pessoa determinada aqui presente neste momento e não como a um anónimo desconhecido que não está em parte alguma. Temos
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                                                                           Destruição de Sodoma e Gomorra                                                                 PSICOLOGIA TOMISTA     Desde Aristóteles até Nietzsche (que cunhou o termo), aquilo que conhecemos hoje por "psicologia", tinha o nome de Antropologia - o estudo do homem.  Sendo o  homem um animal racional cujas capacidades racionais residem na alma,  a antropologia era o estudo da alma e do modo de a estruturar por forma a que, adquirindo e praticando as virtudes, cada um conseguisse vir a ser semelhante a Deus, por um caminho conhecido por santificação ou theosis . Para Sócrates, Platão, Aristóteles e Cícero psicologia era a ciência de, através do intelecto (primeiro) e da vontade (depois), determinar, adquirir e praticar as virtudes necessárias para cada qual alcançar uma boa vida e se tornar semelhante a Deus.   S. Tomás e os tomistas defenderam exactamente o mesmo, mas acrescentaram, com base n