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Mostrando postagens de junho, 2023
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  Em suma, esta convicção humana da existência de um laço sexual, entre o homem e a mulher que, normalmente, não deve ser quebrado, assenta no princípio de que, em todas as coisas que valem a pena, incluindo os prazeres, há um momento de dor e de tédio a que é necessário resistir, para que o prazer possa reviver e perdurar. A alegria da batalha vem depois do primeiro medo de morrer; a alegria de ler Virgílio vem depois do enfado inicial; a radiância do banhista ocorre depois do primeiro choque gelado do banho no mar; e o êxito no casamento ocorre depois do fracasso da lua-de-mel. Os votos matrimoniais, assim como as leis e contratos, são outras tantas maneiras de sobreviver a este ponto de viragem, a este instante de potencial rendição. Em todas as coisas que vale a pena fazer neste mundo, há um momento em que ninguém as faria a não ser por razões de necessidade ou de honra. É nessa altura que a instituição toma conta do homem e o ajuda a assentar o pé em terra firme e a seguir em fren
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                                                              REQUALIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES SEXUAIS                                                 1-  A Guerra Farmacológica Contra as Normais Relações entre os dois Sexos   As relações românticas e sexuais sempre foram algo privado. Os momentos íntimos da vida de um casal eram considerados momentos especiais que, como tal, não deveriam ser manchados pela exposição pública. A Revolução Sexual das décadas de 1960-1980 redefiniu a privacidade passando a encará-la como   uma repressão patológica.   Durante essas décadas, práticas sexuais que eram até então consideradas tabu e/ou contrárias à instituição do casamento, foram não só normalizadas, como defendidas e incentivadas. A maior parte desta campanha propagandística contra as normais relações entre os dois sexos incidiu sobre as mulheres, seguindo o estereótipo de que elas seriam mais facilmente influenciáveis e manipuláveis do que os homens e tendo incidido sobretudo na promoçã
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  «“Só mais tarde percebi”, escreveu Milan Kundera, “que o comunismo representava, numa versão hiperbolizada e caricatural, as principais características do mundo ocidental: a mesma omnipresença e omnipotência da burocracia; a mesma arrogância das instituições para com os utentes; a mesma degradação do saber tradicional; a mesma imbecilidade adolescente do discurso oficial; as mesmas férias organizadas em manada; a mesma destruição e afeamento da paisagem rural, de onde os camponeses foram expulsos; a mesma uniformidade; e, de todos estes denominadores comuns, o pior – o desrespeito pelo indivíduo e pela sua vida privada.” Para Milan Kundera, o comunismo mais não era que: “a civilização moderna   vista através num espelho de aumentar”;  “o ponto extremo da nossa civilização ”;  “o fruto assustador da evolução da sociedade ocidental”;  “a vanguarda da crise global da civilização moderna”;  “uma visão prospectiva do futuro do mundo ocidental”; e,  “o posto mais avançado do seu poder de
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  “Há um certo paralelismo entre a transição para um regime de democracia liberal em Espanha ( e, em Portugal , acrescento eu) - nos anos 70 – e, a mesma transição na Rússia – nos anos 90. Em ambos os  casos, governos a soldo de interesses estrangeiros, desmantelaram o tecido produtivo dos respectivos países, privatizaram empresas estratégicas e favoreceram o desmembramento do território através do apoio a múltiplos nacionalismos ( em Portugal, através da entrega das províncias ultramarinas aos mesmos interesses ). A diferença é que em Espanha ( e em Portugal ) não houve uma reacção nacional, como na Rússia. E, não apareceu um Putin que se recusasse a ser uma marionete de interesses estranhos ao seu país.” José Alsina Calvés, historiador e filósofo espanhol
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  Um Sacerdote Santo…. “Foi uma estrela que se apagou”, disse-nos o Capelão do Limoeiro, após a sua morte, recordando a acção sacerdotal do Padre Cruz naquela prisão. Lavar as almas no Sangue de Cristo, despertar nelas o arrependimento e dar-lhes desejos de se regenerarem; fazer, de pobres farrapos, homens novos, é obra divina que explica a predilecção do Padre Cruz pelas visitas aos encarcerados. Uma vez em Viana do Castelo, que havia ele de sonhar? Levar os presos todos à Igreja para ouvirem Missa! Abrir as portas da cadeia?! E se os presos fugissem?... O Padre Cruz responsabilizou-se: nenhum fugiria. E nenhum fugiu. Em Esposende o delegado levou com o Padre Cruz os presos à Igreja, indo só ele a guardá-los. Em Seia confessou um preso e o delegado também se quis confessar e de seguida foram os três à Igreja comungar. O preso tinha cometido um crime horrível, mas de tal modo o bondoso sacerdote lhe soube falar que o homem se arrependeu e as lágrimas corriam enquanto com
                                                              Como corromper uma civilização   É fácil. Basta levar as pessoas a praticarem actos que elas em consciência sabem serem maus – e, depois, garantir que elas não se arrependem. (Fazê-las pecar não é difícil, todos o fazem de uma maneira ou de outra, mais tarde ou mais cedo; o difícil é impedir que se arrependam. Porque faz parte da natureza humana arrepender-se dos maus actos praticados. O que implica que vamos ter de combater aquilo que é natural.) E, é tudo!  Uma vez este simples sistema instalado, ele alimentar-se-á a si próprio. Mas, para atingir este estado de coisas, é crucial conseguir que as pessoas passem a ver o arrependimento como algo sem sentido, hipócrita, repressivo, anti igualitário, racista, sexista - uma fraqueza nascida da falta de auto-estima. Porque quem se arrepende de um mal, está a reconhecer a existência desse mal e, implicitamente, a acusar os que o praticam de estarem perpetrar um mal; o
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                                               O que Vemos e o que não Vemos   No seu ensaio de 1850 "O que Vemos e o que não Vemos", Bastiat introduziu um conceito fundamental para a compreensão das origens do conflito na Ucrânia. Este conceito é conhecido como "Custo de Oportunidade" e, para ilustrar o seu funcionamento, precisamos de recuar no tempo. Na era das sociedades tribais, cada membro individual da tribo partilhava um conjunto comum de conhecimentos: como esfolar uma cobra, ler um trilho, reconhecer as 37 variedades diferentes de neve, identificar plantas comestíveis e não comestíveis, construir um abrigo, acender uma fogueira. Este conhecimento era essencial para a sobrevivência individual e do grupo; era uma propriedade comum partilhada entre todos os membros do grupo e transmitida ao longo das gerações. Em contraste, na nossa era moderna, vivemos uma especialização extrema do conhecimento, com cada função laboral a exigir a posse de educação e
                                     É altura de lembrar que se diz que «Satã é o arremedo de Deus». No fundo, isto equivale a dizer que o Diabo tenta imitar Deus, à sua maneira, alterando e falsificando tudo, segundo os seus fins: assim, fará de maneira que a desordem tome a aparência de uma falsa ordem, dissimulará a negação de todos os princípios afirmando falsos princípios, e  por aí a diante.   Naturalmente, tudo isto não poderá ser, na realidade, senão um simulacro e mesmo uma caricatura, mas habilmente apresentada para que a imensa maioria dos homens caia no logro. Quando se diz imitação, diz-se, por isso mesmo, paródia, porque são termos quase sinónimos. Há invariavelmente, em todas as coisas deste género, um elemento grotesco que pode ser mais ou menos aparente; e, é por este aspecto de farsa que a mentira, por mais hábil que seja, não pode deixar de se trair; e, claro que também isso é uma «marca» de origem, inseparável da própria imitação, e que deve normalmente permitir rec