Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2021
Imagem
                                                   DIGNIDADE HUMANA   O homem pela sua natureza racional é muitíssimo superior aos outros animais. Dever-se-ia então deixar levar pela vergonhosa sensualidade, que compartilha inteiramente com as bestas, com míngua e desdém da sua dignidade humana? Todavia, mil vezes acima da sua dignidade humana, puramente natural, está a sua dignidade cristã, estritamente sobrenatural. Com efeito, pela graça o homem é de algum modo elevado ao nível da divindade. Recebeu uma misteriosa participação, mas realíssima, na própria natureza de Deus, que verdadeiramente o faz seu filho por uma espécie de adopção intrínseca . Essa adopção em nada se parece com as adopções humanas, que são puramente extrínsecas e que se baseiam num título jurídico que realmente nada deposita na alma do adoptado. Na adopção divina pela graça, por outro lado, pode-se dizer que nas veias do cristão corre o sangue do próprio Deus. Enquanto permanecer em estado de graça, o cri
Imagem
  «A fórmula do Evangelho: “muitos são os chamados, poucos os escolhidos” (Mt 20,16), vale tanto para o chamamento à vida eterna como para o chamamento à perfeição. Todos estamos   chamados tanto a uma como a outra, segundo a vontade antecedente de Deus, e a todos nos são dadas as graças suficientes para conseguirmos ambas as coisas, se quisermos. Mas Deus não tem obrigação   de nos dar , nem de facto dá , a todos, graças infrustráveis que nos levem infalivelmente à salvação eterna e aos ápices da perfeição cristã. Deus não pode nem deve (se é lícito assim falar) salvar a todos, e muito menos está obrigado a elevar-nos ao ápice da perfeição, pelo inevitável absurdo e   grande imoralidade que disso decorreria. Porque, se corresponder à graça fosse o mesmo que não corresponder, se viver castamente fosse o mesmo que revolver-se em toda a espécie de imundices, se cumprir exactamente a lei de Deus fosse o mesmo que descumprir os seus mandamentos, etc., nesse caso, Deus estaria obrigado a
Imagem
  «The next great heresy is going to be simply an attack on morality; and especially on sexual morality. And it is coming, not from a few Socialists surviving from the Fabian Society, but from the living exultant energy of the rich resolved to enjoy themselves at last, with neither Popery nor Puritanism nor Socialism to hold them back... The roots of the new heresy, God knows, are as deep as nature itself, whose flower is the lust of the flesh and the lust of the eye and the pride of life. I say that the man who cannot see this cannot see the signs of the times; cannot see even the skysigns in the street that are the new sort of signs in heaven. The madness of tomorrow is not in Moscow but much more in Manhattan.» [G. K. Chesterton, G. K.’s Weekly, June 19, 1926; quoted in Maycock, The Man Who Was Orthodox, 123] «... Alguns   italianos, no entanto, estavam igualmente preocupados com o efeito que os filmes americanos estavam a ter em Itália. Uma dos mais preocupados   era o Papa Pio XII
Imagem
                                           Termópilas                          Honra, àqueles que na sua vida                      Definiram e guardaram uma Termópilas.                      Sem nunca ceder, no seu dever constantes;                      Justos e rectos em todos os seus actos,                      Contudo, cheios de dó e compaixão;                      Dadivosos quando ricos e, quando                      Pobres, com parcimónia, dadivosos, também;                      Auxiliando quanto puderem;                      Sempre, da verdade, defensores,                      Porém, sem odiar os impostores.                        E ainda mais honra se lhes dê                     Quando prevêem (e muitos prevêem)                      Que Efialtès surdirá no fim,                      E os persas inelutavelmente passarão.   Constantine P. Cavafy (tradução do inglês de JFM)
Imagem
                                           O  Admirável Mundo Antigo   As situações que hoje se deparam a um cidadão da classe   média urbana são muito diferentes das que se apresentavam à maioria das pessoas na antiguidade clássica e na Idade Média. Em primeiro lugar, a pressão social aumentou terrivelmente. Hoje não conseguimos se quer conceber a atmosfera de liberdade   que as pessoas desfrutavam na antiguidade e na idade média. Um estereótipo característico da nossa cultura acredita no mito de que a História é a história duma liberdade crescente e imagina que,- como estamos hoje inundados de liberdades civis, direitos civis, etc.,   que as pessoas de então não tinham - somos imensamente livres, enquanto elas viviam oprimidas. Mas, a verdade é que esse mito da liberdade crescente reflecte a história jurídica e não a social: efectivamente, do ponto de vista jurídico, conquistámos uma legião de direitos; mas, o jurídico, é apenas aquilo que vale nos tribunais e não aquilo que