Ninguém defende que as instituições medievais eram motivadas pela mera ganância ou orgulho. Porém as instituições modernas são-no. Ninguém diz que os primeiros frades franciscanos praticaram a pobreza para obter lucros, mas apenas que posteriormente algumas das suas comunidades obtiveram lucro. Porém, é certo que os Cecils, os Russels os Rothscild e todos os da sua laia, desde o começo pretendiam obter lucro. O que era a morte para o catolicismo, era o nascimento para o capitalismo. Desde que o capitalismo começou já não temos a inconsistência de quem fazia voto de pobreza e se tornava rico; mas a chocante consistência de um homem que faz o voto de ser rico e se torna cada vez mais rico. Se a riqueza era o abuso dos monges e abades, é agora o uso dos capitalista e banqueiros. O abade ganancioso violava os seus ideais. O capitalista ganancioso não tem ideais para violar. O capitalismo foi sobretudo o abandono da tentativa de governar o mundo por ideais, ...
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A Gioconda como retrato da Idade Moderna: "A Gioconda de Leonardo da Vinci é a expressão do turbilhão caótico no qual se encontra o coração. Não é por acaso, o sorriso enigmático e tentador de todos os rostos de Leonardo da Vinci, que exprime o cepticismo, o afastamento de Deus e a obstinação do Eu sei humano; não é por acaso que esse sorriso seja o da perturbação e do desregramento espiritual, da prelest* concupiscente e corrompida, que não exprime nada de positivo (aí reside o seu mistério) além de um descalabro interior, de uma confusão espiritual e da ausência de arrependimento." Pavel Florenski * Prelest: termo da língua russa, próprio da teologia Ortodoxa que significa uma ilusão espiritual originada, em última análise, pelo orgulho.
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Segundo Heinrich Pesch, SJ, autor do Lehrbuch der Nationaloekonomie , que serviu de inspiração à Encíclica Quadragesimo Anno, de Pio XI, escrita no quadragésimo aniversário da Encíclica Rerum Novarum de Leão XIII (Encíclicas que inspiraram as políticas económicas e sociais de Salazar), o capitalismo é , nada mais que "usura patrocinada pelo Estado"; ou, por outras palavras, a "apropriação sistemática das mais-valias pelos detentores de capital" - o que é outro modo de dizer roubo. O capitalismo começou com o roubo da propriedade da Igreja e do povo através da operações de rapina que ficaram conhecidas na História como "Renascimento" e “Reforma” e vive duma injusta apropriação, pelos detentores de capital, das mais-valias obtidas através do Trabalho – única fonte real de riqueza - por meio duma política de baixos salários. A subsequente acumulação excessiva de capital e a dificuldade em reinvestir as enorm...
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O Livro da Sabedoria de Salomão já fazia parte da Bíblia antes de Cristo vir à terra. Os protestantes, por razões só deles conhecidas, decidiram apagá-lo, da sua versão da Sagrada Escritura. No entanto, os temas abordados pelo mais sábio dos homens mortais - o rei Salomão - no Capítulo II, talvez expliquem essa decisão: 1 - “Disseram, pois, os ímpios, no desvario dos seus pensamentos: O tempo da vida é curto e fastidioso, e não há nenhum bem a esperar depois da morte; e não se conhece ninguém que tenha voltado da sepultura.” 2 - “Porque do nada fomos nascidos, e depois desta vida seremos como se nunca tivéramos existido; porque o fôlego das nossas narinas é como um fumo; e a razão uma pequena centelha num coração fugidio.” 3 - “Que, uma vez apagada, reduzirá nosso corpo a cinza, e o nosso espírito se dissipará como uma aragem subtil, e a nossa vida se desvanecerá como uma nuvem que passa, e se dissipará como a névoa impelida pelos raios do sol, e venc...
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O Estado moderno democrático e igualitário é mais uma aparência do que uma realidade. A sociedade moderna, como todas as anteriores, tem as mesmas duas castas governantes — a sacerdotal e a aristocrática: autoridade espiritual e poder temporal — que existirão onde quer que seres humanos se aglomerem numa colectividade maior do que uma família; e que existirão ora de maneira explícita, consagrada na constituição política nominal, ora de maneira implícita, invisivelmente entretecidas na grelha de uma constituição que não reconhece a sua existência mas que não as pode impedir de representar a verdadeira distribuição do poder; castas que subsistirão como um código secreto no fundo de todas as constituições políticas, sejam democráticas ou oligárquicas, monárquicas ou republicanas, liberais ou socialistas, porque estão imbricadas na constituição ontológica e até mesmo biológica do ser humano e são compatíveis, funcionalmente, com qualquer organização nominal do poder político. ...
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Poder-se-ia dizer que existem em nós duas vontades: a da razão e a dos sentidos. A primeira é a vontade racional, superior, e a segunda é a vontade sensual e inferior, também conhecida por apetite, carne, sentidos ou paixões. Nós somos homens pela razão, e, por tal motivo, quando desejamos alguma coisa só com os sentidos, não a estamos verdadeiramente a querer, enquanto a vontade superior ou racional não se inclinar a querê-la. Toda a nossa batalha espiritual se resume a este combate: a vontade racional, colocada no meio, entre a vontade divina e a vontade dos sentidos, é solicitada por ambas e tentada a se sujeitar a uma ou à outra. Grande pena e fadiga experimentam, especialmente no começo, os que estão mal-habituados, quando se resolvem a mudar a sua vida e a desprezar o mundo e a carne, dando-se ao amor e à servidão de Jesus Cristo. Os golpes que sua vontade superior ou racional sofre da vontade divina, por um lado, e da vontade sensual, por outro, sempre a guerrearem-na, são...
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Nicolás Gómez Dávila; alguns aforismos: Se não formos herdeiros duma tradição espiritual, a experiência da vida nada nos ensinará. No homem inteligente, o único remédio para a ansiedade (inerente à condição humana) é a fé; nos tolos, é a “razão”, o “progresso”, o álcool, o trabalho. Os homens dividem-se entre os que tornam a sua vida complicada para salvarem a alma e os que perdem a alma para tornar a vida fácil. Uma sociedade irreligiosa não suporta a verdade sobra a condição humana. Prefere-lhe uma mentira, por mais idiota que seja. O que preocupa o Cristo dos Evangelhos não é a condição económica dos pobres, mas a condição moral dos ricos. O cristão moderno não pede a Deus que lhe perdoe os pecados; pede-Lhe que admita que não existem pecados. Nada torna mais evidente a realidade do pecado do que o fedor das almas que negam a sua existência. Segundo a moda de hodierna, ser-se cristão, é menos arrepender-se dos seus pecados, do que arrepender-se do cristianismo...