CURIOSAMENTE, o universo existe, não apenas pelo que é, mas também pelo que não é; assim como uma esfera, por exemplo, existe, não apenas pelo que inclui, mas também pelo volume incomensurável do espaço que exclui. Não é por acaso, portanto, que o cosmos está sujeito a limites: pois na ausência de limites ele não poderia existir de todo. Tal como a esfera geométrica, as coisas deste mundo existem precisamente em virtude daquilo que restringe - ou termina - a sua existência. Para prosseguir com esta analogia geométrica, observemos como se determina uma figura num plano: uma circunferência, por exemplo. Para efectuar esta construção, é preciso, em primeiro lugar, determinar um ponto num plano (dito euclidiano) que será o centro da nossa circunferência; e depois construir um segundo ponto, de modo a definir um determinado raio. Feito isto, determinamos uma determinada circunferência como o lugar geométrico dos pontos cuja distância ao centro é igual ao comprimento do raio. Pode-se...
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Oh, como a disciplina compõe cada postura do teu corpo feminino e, mais ainda, da tua mente! Ela, fixa o ângulo do teu pescoço, alinha-te as sobrancelhas, compõe a expressão do teu rosto, dirige-te o olhar, refreia-te o riso, modera-te a fala, suprime-te o apetite, controla-te a cólera, dignifica o teu andar… Que glória se pode comparar à virgindade assim adornada? A glória dos anjos? Um anjo tem virgindade, mas não tem corpo; é mais feliz por isso, certamente, mas não mais forte. O melhor e mais desejável é esse teu ornamento que até os anjos podem invejar. São Bernardo de Claraval
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Quando se encontra uma alma interior (uma alma unida intimamente a Deus), choca-nos a sua dignidade, a sua naturalidade, a sua graça. Dir-se-ia que é de sangue real, e com razão. É filha de Rei, é rainha. Não é Cristo o Rei dos reis? Não é ela sua esposa? Por que nos havemos de admirar? Tudo nela participa desta nobreza divina: as suas palavras, os seus gestos, as suas maneiras, os seus passos mais leves revelam-na. São graciosos, discretos e firmes. Ao andar, não faz barulho, não atrai a atenção, e por isso agrada; atinge os seus fins quase sem esforço. O seu agir é tão ordenado que só a custo se nota que ela actua - tem o sentido da medida: era assim que era preciso agir; era assim que convinha falar; era naquele momento que era preciso calar-se. O exterior, no entanto, não passa de um reflexo. O interior, aquilo que Tu, meu Deus, vês, é o que conta realmente, isso é que é belo. Ora, esse interior está completamente ordenado. Os menores movimentos interiores desta alma são ch...
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Acontece, no entanto, que sendo a moral o garante da racionalidade das acções humanas, ela é também, por esse facto, aquilo que determina se os actos humanos são livres, ou não. Esta é outra razão porque os poderosos deste mundo estão tão determinados em destruir a moral natural. A moral é a única protecção que o homem tem contra a regra da Libido Dominandi (“desejo de dominação”) que, segundo Santo Agostinho, é o impulso condutor do homem caído e da respectiva sociedade - a Cidade do Homem - e o sistema operativo de todos os impérios mundiais. Quando nada é objectivamente certo ou errado, acaba sempre por ser o mais forte a decidir o que é certo e errado, a determinar o que é o bem e o mal. Os impérios modernos diferem de seus predecessores apenas na sofisticação da sua forma de controlo: em vez de usarem a coerção, funcionam através duma suposta “libertação”; "libertação" que significa invariavelmente libertação da lei moral natural; "libertação d...
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Ninguém defende que as instituições medievais eram motivadas pela ganância ou pelo orgulho. Porém as instituições modernas são-no. Ninguém diz que os primeiros frades franciscanos praticaram a pobreza para obter lucros, mas apenas que posteriormente algumas das suas comunidades obtiveram lucro. Porém, é certo que os Cecils, os Russels os Rothscild e todos os da sua laia, desde o começo pretendiam obter lucro. O que era a morte para o catolicismo, era o nascimento para o capitalismo. Desde que o capitalismo começou já não temos a inconsistência de quem fazia voto de pobreza e se tornava rico; mas a chocante consistência de um homem que fez o voto de ser rico e se tornou cada vez mais rico. Se a riqueza era o abuso dos monges e abades, é agora o uso dos capitalistas e banqueiros. O abade ganancioso violava os seus ideais. O capitalista ganancioso não tem ideais para violar. O capitalismo foi sobretudo o abandono da tentativa de se governar o mundo por ide...
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A Gioconda como retrato da Idade Moderna: "A Gioconda de Leonardo da Vinci é a expressão do turbilhão caótico no qual se encontra um coração. Não é por acaso que, o sorriso enigmático e tentador de todos os rostos de Leonardo da Vinci, exprime o cepticismo, o afastamento de Deus e a obstinação do " Eu sei" humano; não é por acaso que esse sorriso é o da perturbação e do desregramento espiritual, da prelest* concupiscente e corrompida, que não exprime nada de positivo (aí reside o seu mistério) além de um descalabro interior, de uma confusão espiritual e da ausência de arrependimento." Pavel Florenski * Prelest: termo da língua russa, próprio da teologia Ortodoxa que significa uma ilusão espiritual originada, em última análise, pelo orgulho.
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Segundo Heinrich Pesch, SJ, autor do Lehrbuch der Nationaloekonomie , que serviu de inspiração à Encíclica Quadragesimo Anno, de Pio XI, escrita no quadragésimo aniversário da Encíclica Rerum Novarum de Leão XIII (Encíclicas que inspiraram as políticas económicas e sociais de Salazar), o capitalismo é , nada mais que "usura patrocinada pelo Estado"; ou, por outras palavras, a "apropriação sistemática das mais-valias pelos detentores de capital" - o que é outro modo de dizer roubo. O capitalismo começou com o roubo da propriedade da Igreja e do povo através da operações de rapina que ficaram conhecidas na História como "Renascimento" e “Reforma” e vive duma injusta apropriação, pelos detentores de capital, das mais-valias obtidas através do Trabalho – única fonte real de riqueza - por meio duma política de baixos salários. A subsequente acumulação excessiva de capital e a dificuldade em reinvestir as enorm...