Acontece, no entanto, que sendo a moral o garante da racionalidade das acções humanas, ela é também, por esse facto, aquilo que determina se os actos humanos são livres, ou não.

 Esta é outra razão porque os poderosos deste mundo estão tão determinados em destruir a moral natural.

A moral é a única protecção que o homem tem contra a regra da Libido Dominandi (“desejo de dominação”) que, segundo Santo Agostinho, é o impulso condutor do homem caído e da respectiva sociedade - a Cidade do Homem - e o sistema operativo de todos os impérios mundiais.

Quando nada é  objectivamente certo ou errado, acaba sempre por ser o mais forte a decidir o que é certo e errado, a determinar o que é o bem e o mal.

Os impérios modernos diferem de seus predecessores apenas na sofisticação da sua forma de controlo:

em vez de usarem a coerção, funcionam através duma suposta “libertação”;  "libertação" que significa invariavelmente libertação da lei moral natural; "libertação da lei moral natural" que significa invariavelmente escravidão para todas as criaturas racionais.

A revolução sexual dos anos 60 não foi mais que uma batalha entre o Iluminismo - tal como foi adoptado por protestantes e judeus, os novos senhores do mundo ocidental - e a Igreja Católica, única força que se lhes opunha.

O sexo foi, apenas, a arma mais eficaz usada pelo iluminismo nessa batalha.  Wilhelm Reich na sua magnum opus sobre sexo e política,  The Mass Psychology of  Fascism, explicou, ao pormenor, como o sexo podia ser utilizado para destruir a fé religiosa e  dominar as massas.

Assim, quando biólogos como Richard Dawkins invocam a selecção natural, como se tratasse da realidade última "que explica o comportamento moral", eles estão, no fundo, a colaborar com o sistema de controlo político do Império privando o homem de qualquer fundamento no Logos para poder contestar a vontade de César.

Quando o certo e o errado se resumem à opinião dos poderosos, aqueles que não têm poder político não têm como formular as suas objecções, muito menos como as fazer valer.

E há ainda um outro aspecto da questão: quando Dawkins et caterva fazem do comportamento humano uma mera função de “genes egoístas” resultantes da evolução, estão, no fundo a bajular a consciência culpada daqueles que, estando oprimidos pelas suas próprias transgressões morais, se julgam, assim,  absolvidos de toda a responsabilidade.

Mas,quando lhes dão a sua "absolvição", dizendo-lhes que a culpa não é deles mas dos “genes” ou da sociedade, ou dos traumas da infância, etc. estão a atraí-los para uma armadilha da qual não há retorno.

Aqueles que abandonaram a lei moral para justificar seus pecados, não podem repentinamente dar meia-volta e recorrer a essa mesma lei moral para protestar contra a subjugação económica e as injustiças de César;  já foram apanhados na armadilha do materialismo que o Império lhes montou. Nesse sistema "you can check in anytime you like but you can never leave".

É por isso que nas democracias liberais embora as pessoas se queixem amargamente do caos cada vez mais profundo e generalizado que vêem à sua volta e das aberrações cada vez mais degeneradas que lhes são sucessivamente impostas, são incapazes de reagir;  porque no fundo, adoram as causas (a libertação das peias da moral natural e cristã) dos males que as afligem e tremem só de pensar em perdê-las.

Por outras palavras, a “ciência” é hoje usada, como arma de controlo ao tornar-se um substituto do Logos, da racionalidade e da lei moral.

Por que estarão todos os poderes do mundo tão interessados ​​em derrubar a moral natural e substituí-la pela moral invertida do politicamente correcto?

É muito simples:  porque querem controlo.

Libertação da moral natural tradicional e, nomeadamente, libertação sexual, significa controlo; e, controlo significa, em primeira instância, desautorizar toda e qualquer forma de Logos, racionalidade ou moralidade que possam restringir o poder dos oligarcas.

Embora o conceito seja sempre envolvido numa linguagem “científica” e “progressista”, o seu significado é sempre o mesmo: para governar, o Hegemon precisa ter a posse da “realidade”, ser dono da verdade, ou, em termos teológicos, ter a chave do bem e do mal – ficar com o que é de Deus.

 E, isso significa combater sem tréguas o Logos, abandonar a razão e a ordem moral em troca de um qualquer determinismo biológico ou social, que permita desautorizar ad initium todo e qualquer desafio à hegemonia dos oligarcas.

 Como Santo Agostinho ensina, a História tem, efectivamente um lado certo e um lado errado, respectivamente, a Cidade de Deus que exalta Deus até à extinção do Eu, e a Cidade do Homem que exalta o Eu até a extinção de Deus.

 Em cada época o humanidade vê-se confrontada com a escolha entre o Logos e o anti-Logos em termos cada vez mais dramáticos. Na Idade Média a escolha foi entre o Tomismo e o Nominalismo.

 Nos nossos dias, a guarda avançada das forças anti-Logos é o Movimento homossexual - como no início do século 20 tinha sido o Movimento comunista.

A sodomia é um pecado que clama pela vingança do Céu, mas é também um ataque à própria Natureza e , por isso, um ataque ao Ser. Este facto torna-se ainda mais evidente se olharmos para o Movimento transgénero, que começa agora a substituir o Movimento homossexual como guarda avançada do anti-Logos.

 Em vez de serem ensinados que o Homem tem uma natureza própria que foi criada por Deus, e que uma vida bem sucedida implica viver de acordo com o logos dessa natureza, os netos da geração que foi industriada na contracepção e aborto, estão a gora a ser industriados para acreditar que auto mutilando-se consegue ter primazia sobre o Ser.

O transgenderismo é uma forma extrema de controlo político através da "libertação" sexual, mas precisamente por causa desse extremismo provoca exactamente o contrário do que pretende:

O Logos está a ressurgir na geração mais sexualmente confusa da história da humanidade num exemplo do que Hegel chamava a "astúcia da razão", porque o caos leva sempre ao ressurgimento do Logos em criaturas cuja natureza racional não pode ser apagada por nenhuma forma de engenharia social por mais poderosa que seja.

 

 LOGOS RISING, E. Michael Jones

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