«If the option of future knowledge were available to man, he would have to know all of it to make a proper decision, but to know all of the future, man would have to be God, whiche is not. Hence, the need for faith. Ever since St. Augustine explicated the meaning of the Incarnation, we know that time has a direction and a purpose and that the name of that purpose as well as the force which makes that purpose happen is Logos. We know that man´s free will allows him to negate that purpose, but no wicked human act, no matter how heinous, not even killing the Logos Incarnate, can thwart God´s plan. As the Crucifixion shows, even deicide, the ultimate wicked act, became the occasion wihch propelled Logos forward in human history, not because it was evil but because God can take that evil and the freedom that enabled it and turn it into a greater good.That is the meaning  of humam history. Ever single victory has led to failure, but every failure has led to another even more unpredictable victory in the upward spiral of Logos that is the inexorable trajectory of human history.»

in, Logos Rising, E. Michael Jones


                              A  ABOLIÇÃO DO HOMEM  


Isto, a que chamei, por conveniência, Tao e que outros poderão chamar Natural LawMoral Natural TradicionalPrimeiros Princípios da Razão Prática, Primeiras Platitudes ou Logos não é apenas mais um entre vários sistemas de valores possíveis; é a fonte única  de todos os juízos de valor. 

Se for rejeitado, todos os valores serão rejeitados; se algum valor for mantido, será porque foi mantido; todos os esforços para o refutar ou para construir um novo sistema de valores, em seu lugar, serão, necessariamente, auto contraditórios. Nunca houve, na História do mundo, e nunca poderá haver jamais, um sistema de valores radicalmente novo. 

As modernas “ideologias”  consistem, todos elas, em fragmentos do  Logos, arbitrariamente arrancados ao todo, e insuflados até à demência no seu isolamento, mas devendo ao Logos, e somente a ele, a pouca validade que eventualmente possam possuir. A sua rebelião contra o Logos é a rebelião dos ramos contra a árvore: se tivessem sucesso, descobririam que se tinham destruído a si próprios. A mente humana tem tanto o poder de inventar um novo sistema de valores como tem para criar uma nova cor primária, ou  um novo sol e um novo céu, para ele se mover. 

A autoridade para modificar o Logos só pode vir do próprio Logos.

 Por isso Confúcio disse que “com aqueles que seguem um Caminho diferente, é inútil aconselhar-se” (Analectos, Confúcio, xv. 39).

Por isso Aristóteles disse que “ o estudo da Ética só aproveita aos bem educados” (Étic. Nic. 1095 b, 1140 b, 1151 a.): ao homem corrompido, ao homem que está fora do Logos, o próprio ponto de partida desta ciência,  é, para ele, inacessível - poderá ser-lhe hostil, mas nunca poderá criticá-lo; o que está, ali, em causa é-lhe completamente estranho. 

Por isso também foi dito ”… esta multidão, que nada conhece da Lei, é maldita”(João 7:49) e “quem não acreditar, será condenado” (Marcos 16: 16).  

Ter uma “mente aberta” quanto ao acessório, poderá ser útil; mas, ter uma “mente aberta” quanto aos últimos fundamentos do Logos, é pura idiotice; se um homem tiver uma mente crítica nesta matéria então, ao menos, que a sua boca se cale pois, nada de válido tem a dizer. 

Fora do Logos, não existe fundamento para criticar o Logos – ou criticar o que quer que seja. Somente aqueles que praticam o Logos o podem compreender. “Só o homem de bem, o cuor gentile, somente ele, pode reconhecer a Razão quando ela surge” (Platão, República, 402 A ).

 Só Paulo, o fariseu, o homem "irrepreensível quanto à Lei", pôde apreender onde e como a Lei era deficiente (Filipences 3:6). 

 

Ora, aquilo a que chamamos “domínio do homem sobre a natureza” acaba sempre por significar o poder de alguns homens sobre todos os outros homens, tendo a natureza como instrumento. 

Se os sonhos de alguns cientistas se vierem a realizar, a conquista da Natureza pelo Homem significará o governo de algumas centenas de homens sobre biliões e biliões de outros homens. 

Não há, nem pode haver, um aumento do poder da humanidade, como um todo. Cada novo poder conquistado pelo Homem é também um poder que pesa sobre toda a Humanidade.

 A etapa final virá quando o Homem, através, da ciência da eugenia, do condicionamento social e duma educação e propaganda baseadas numa perfeita aplicação da psicologia, obtiver total controle sobre si mesmo. 

A Natureza Humana será, pois, a última parte da Natureza a deixar-se submeter ao Homem.

Mas, o poder do Homem fazer de si próprio o que bem entender, significará  o poder de alguns homens fazerem dos outros homens o que bem entenderem. 

É verdade, que em todas as épocas a educação e a instrução pretenderam, em certo sentido, exercer esse poder; mas os dirigentes do futuro estarão armados com os poderes de um estado omnipotente e possuirão técnicas científicas irresistíveis: serão uma casta com poder suficiente para moldar a posteridade como bem quiserem. 

Nos sistemas antigos, tanto o tipo de homem que os dirigentes pretendiam formar, como os motivos porque o queriam formar, eram prescritos pelo Logos - uma norma à qual até as próprias elites estavam sujeitas e da qual ninguém tinha liberdade para se afastar. Não eram os dirigentes que escolhiam o padrão segundo o qual os homens eram educados; eles, limitavam-se a transmitir o que haviam recebido: iniciavam o jovem neófito nos mistérios da humanidade que os envolviam a todos. Eram apenas pássaros mais velhos ensinando pássaros mais novos a voar.  

Tudo isso foi alterado. Muito em breve, todos os valores serão vistos como meros fenómenos naturais, controláveis e mutáveis, que serão inculcados nos alunos como parte do seu condicionamento, com o fim de criar um, outro qualquer, sistema de valores que será, não o motivo, mas o produto, da educação. 

Para os dirigentes do futuro o Logos será apenas mais uma parte da Natureza que eles conquistaram e de que se emanciparam;  já não será algo dado, a que devem obedecer, mas algo que podem e devem controlar.

 Eles saberão como criar novas  consciências nos seus súbditos e decidirão que tipo de consciências deverão ser neles criadas. 

Estarão  fora e acima do Logos

A vitória final do Homem sobre a Natureza será, pois, atingida quando até a Natureza Humana tiver sido conquistada.  

  Alguns, poderão perguntar: “mas, por que havemos de supor que os dirigentes do futuro serão tão sequiosos de poder e homens assim tão maus?” 

 Mas, eu não estou a supor que os dirigentes do futuro serão homens maus. Eu estou a afirmar que eles nem sequer serão homens (no sentido tradicional); serão, quando muito, homens que abdicaram da sua condição humana, para se devotarem à tarefa de construir uma nova humanidade. 

 No que lhes diz respeito, "bom" e "mau”, serão palavras sem sentido: eles terão plenos poderes para decidir qual o sentido a atribuir a essas palavras. 

Os futuros dirigentes não serão, pois, necessariamente homens maus: na realidade, não serão, de todo, homens - ao abandonarem o Logos, caíram no vazio.   

E, os seus súbditos, não serão necessariamente homens infelizes  - na realidade, não serão, de todo, homens -  serão artefactos.  

 O domínio do Homem sobre a Natureza humana significará, pois,  a abolição do Homem.

 

 

The Abolition of Man, B.C. Lewis, 1943  

(Tradução, 25/5/2021) 


Comentários

  1. Para o acédia e cediço, é compreensível, por empatia, da situação aconchegante do ente no fundo do poço, e o pavor que realiza ao elevar o olhar.
    Assim a grei, como o cerdo em busca de sustento material, sem jamais elevar o olhar, nem se eleva a si, nem de si, mas também não se confronta com a sua condição formidável.
    "Fatídicos ancestrais cujas admoestações se tornaram literais pelo moderno cogote que "evolui" no homem arcado à pantalha".

    Felicitações,
    JJ

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