A Técnica da Libertação Coerciva



«As convulsões socioculturais que estão a ocorrer nos Estados Unidos e na Europa Ocidental não nos dizem obviamente respeito. Não nos envolveremos em semelhantes assuntos. Alguns, nos países ocidentais, têm certeza de que o apagar radical de páginas inteiras da sua própria história, a discriminação inversa da maioria em prol de minorias escolhidas, ou a exigência de abandonar o entendimento comum de coisas tão fundamentais como as noções de pai, mãe e família ou mesmo de factos óbvios como as diferenças entre sexos, constituem marcos do movimento de renovação social. Mais uma vez, quero frisar: estão no seu direito e não interferiremos; apenas pedimos que não tentem, também, danificar a nossa casa. » 

«Em vários países ocidentais, o debate sobre os direitos dos homens e das mulheres transformou-se numa completa fantasmagoria. Aqueles que ainda se aventuram a dizer que existem homens e mulheres e que essa dicotomia é um facto biológico, são quase condenados ao ostracismo. "Parente número um" e "parente número dois"; "parente que deu à luz" em vez de "mãe"; proibição do uso do termo "leite materno" e sua substituição por "leite humano" - para que as pessoas inseguras da sua própria “identidade de género” não se sintam contrariadas…!!!???» 

«Sugerir a um menino que pode facilmente transformar-se numa menina e vice-versa não está longe de configurar um crime contra a humanidade! E, tudo isto, em nome e sob a bandeira, do progresso.»

Vladimir Putin, discurso no Club Valdaï, 21 de Outubro de 2021 

«I love America. but I hate the American Empire. Any political system which promotes sodomy and abortion as expressions of freedom is by definition Satanic»

E. Michael Jones

Já há décadas que, nos EUA e na Grã-Bretanha, um pai de família pode ser expulso de sua casa, proibido de ver os seus filhos e obrigado a pagar quase todo o seu salário em pensão de alimentos sem que haja uma só prova de que fez ou pensou fazer qualquer coisa de errado. Basta que a sua mulher diga à polícia - sem uma testemunha, sequer - que ele ameaçou espancá-la ou abusar das crianças. 

Quando o infeliz é avisado que tem 24 horas para sair do seu espaço vital, vendo a sua vida desfazer-se no ar como fumo, e vai às autoridades protestar que não é justo ser condenado sem ter direito a se defender, estas, com o ar mais tranquilo do universo, respondem: “meu amigo, não tem necessidade de se defender, porque, em bom rigor, você não está a ser acusado de nada. Trata-se apenas de uma medida cautelar - que pode, é verdade, ser renovada indefinidamente e durar o resto da sua porca vida. E, além disso , o senhor só será preso se violar a ordem, tentando encontrar-se com seus filhos fora dos horários prescritos (se existirem),  se passar perto da sua antiga casa num raio de, digamos, dois quilómetros, ou se se armar em parvo quando a sua digníssima, livre da sua opressiva presença, decidir ir para a cama com um, dois ou quinze marmanjos, na casa onde coabita com os seus filhos. Passe bem.”

O Estado, nas democracias ocidentais, arroga-se a prerrogativa de, ao menor pretexto, retirar o poder paternal aos pais, um direito que lhes assistia desde que o mundo é mundo pela própria natureza das coisas e do qual, ainda há pouco, nem ao mais prepotente Nero, passaria pela cabeça poder dispor.

Mais de cinquenta por cento das crianças americanas vivem sem um dos pais - quase sempre o pai. Uma das consequências directas deste estado de coisas - além de estar na origem de fenómenos como os gangs juvenis e os "meninos de rua"- é o aumento exponencial dos casos de pedofilia doméstica, onde as estatísticas mostram que o culpado é quase que invariavelmente o namorado da mãe.

Nas universidades, os discípulos de Georg Lukács e Theodor Adorno esfregam as mãos, excitadíssimos, vendo cumprir-se sem dificuldades de maior, com o comovido apoio do liberalismo católico e a interesseira cumplicidade do liberalismo económico, o projecto marxista de destruição da família, que os respectivos mestres viam como condição indispensável para o triunfo do socialismo.

 Até, na ultra liberal Grã-Bretanha de Margaret Thatcher, como conta Patricia Mongan, no livro Farewell to the Family? (London, Institute of Economic Affairs, 1995), o governo adoptou “um programa de desincentivos financeiros ao casamento e à estabilidade familiar, ao abrigo do qual só os casais mais determinados (ou com maiores rendimentos) conseguiam sobreviver às desvantagens de se estar casado.

 Ao abrigo de tão liberais leis, uma mãe solteira com dois filhos podia trabalhar 20 horas por semana a £4 por hora e terminar o mês com £163.99, deduzidos os impostos e o arredamento da casa de família. Enquanto um homem casado pai de dois filhos, trabalhando 40 horas com a mesma remuneração, auferia apenas £130.95. O pai de família trabalhando a tempo inteiro, ganharia £33 a menos do que a mãe solteira trabalhando a meio tempo. 

Compreende-se que, ao mínimo contratempo ou discórdia familiar, uma mulher das classes de mais baixos rendimentos, se sentisse tentada a considerar o marido como pouco mais que um empecilho inútil. No que, aliás, seria calorosamente apoiada pelas suas irmãs feministas da classe média, cuja ideologia tinha estado na origem dessa mesma política fiscal.

Tanto ao Estado moderno - socialista ou liberal - como às grandes corporações, convém tornar cada indivíduo numa unidade auto-limitada, atomizada, sem rede familiar de apoio, perdida no mar amorfo da cidadania e do mercado livre, totalmente dependente para sobreviver da empresa ou do Estado, numa formulação moderna da conhecida máxima maquiavélica: “dividir para melhor dominar e explorar”.

O processo começa sempre, em todo o caso, com o ar mais inofensivo que se possa imaginar, sob a capa, por exemplo, de uma campanha para proteger as mulheres da “opressão machista”, (ou, para salvar o planeta das alterações climáticas ou livrar a humanidade duma praga apocalíptica…). 

Quem, em sã consciência, poderia ser contra uma causa tão meritória? 

Mas, passo a passo, à medida que vai adquirindo força de lei, a dita providência humanitária, vai ampliando tentacularmente o seu raio de alcance até se transformar, num instrumento de opressão, num meio de coerção, num pesadelo orwelliano, mil vezes pior do que os males que lhe serviram de pretexto - porque agora é oficial e se sustenta no poder da polícia, nos tribunais, nos sistemas educativo e fiscal, e na propaganda maciça que demoniza os supostos culpados a ponto de ninguém ter mais a coragem de os defender.

 E, quanto aos efeitos sociais, quase sempre catastróficos, daí resultantes?

 É simples. São explicados como sendo efeitos de outras causas; causas essas que por sua vez servirão de motivo para novas medidas humanitárias, entregando, cada vez mais, a grupos de intelectuais activistas e a quem os financia, o monopólio da autoridade moral e estendendo ilimitadamente o poder de intervenção da burocracia estatal na vida privada dos cidadãos:

Os meninos criados sem pai são inseguros, tímidos e fracos?´

 Óptimo. Com alguma lábia, professores e assistentes sociais semiletrados e psicólogos e médicos sem escrúpulos, podem-nos levar a crer que são transexuais latentes, inadaptados, coitadinhos, a um meio social horrivelmente machista. 

São turbulentos e anti-sociais? 

Melhor ainda. Eis a prova de que a sociedade patriarcal é intrinsecamente violenta, geradora de brutalidades.

E assim por diante. Cada novo efeito maléfico da guerra cultural, já traz preparada, de antemão, uma teoria engenhosa que lança as culpas sobre a família, a religião, a cultura, a moral natural, a civilização ocidental, (o Co2, os "não vacinados") - sobre tudo e sobre todos, excepto sobre os reais responsáveis por esses mesmos efeitos, os activistas pagos para planear nas universidades e fomentar nos governos e organizações internacionais a destruição meticulosa e sistemática da sociedade.

A técnica é sempre a mesma. Primeiro, descobre-se um grupo social descontente, uma causa social premente, uma calamidade eminente e designam-se os culpados, produzindo-se contra eles uma tempestade de livros, filmes, conferências internacionais, teses universitárias, programas de TV, artigos de jornal,  opiniões de “especialistas”, manifestações de jovens exigindo soluções - o diabo. 

Acto contínuo, criam-se leis e medidas administrativas para combater o mal, manietar os malvados e, depois, puni-los.

Uma vez ganha a batalha legislativa, começa a etapa decisiva de “aprofundar a democracia”, estendendo a área de aplicação dos “direitos” conquistados ou das medidas tomadas, até que, dialecticamente, através da criação dum "consenso alargado", se convertam em meios de opressão estatal, contra os quais já nada se poderá dizer sem incorrer, ipso facto, na suspeita, , de "extremismo", "discurso do ódio", “negacionismo”, "sexismo", "terrorismo" … - enfim,  de "reaccionarismo" nostálgico de velhos males, há muito superados e “incompatíveis com o alto estágio civilizacional atingido”.

O circuito é tão monotonamente repetitivo que as vítimas ainda só dele não se apercebem com mais clareza porque, no decorrer do processo, sujeitos a uma propaganda feroz, foram consentindo em, obliterar as suas inteligências, cortar as suas próprias línguas,  mudar os seus comportamentos de sempre e passaram a só agir,  falar e pensar de acordo com a discurso dominante, tornando-se, absolutamente, incapazes de se defender.

Pensem nisto, quando se sentirem inclinados a acreditar que as leis “anti-homofóbicas,”, as démarches “anti alterações climáticas” ou, as medidas  “anti pandémicas ” têm alguma coisa a ver com os direitos dos homossexuais, com a protecção do ambiente ou com a saúde das populações.





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