AMOR E ÓDIO SEGUNDO SANTO AGOSTINHO
«O preceito evangélico "amar o próximo como a nós mesmos" não implica termos de amar o próximo pela sua
estupidez ou pelas suas iniquidades. Santo Agostinho expõe maravilhosamente as
exigências do amor quando diz:
“ Se odiares bem, amas; se amares mal, odeias.”
Devemos odiar no próximo as coisas que não são de
Deus ou que são contra Deus; se assim procedermos, na realidade estamos a amá-lo, desejando
a destruição do mal que o aflige e querendo que se aproxime do Bem Supremo.
Se o amarmos pelos seus pecados ou pelos pecados
que nos torna possível perpetrar, então, não o estamos a amar, mas a odiá-lo.
Em qualquer dos casos trata-se do pecado mais
grave que podemos cometer contra o nosso próximo.»
A Companion to the Summa, Walter Farrell, volume III, pag. 57
AMOR E ÓDIO SEGUNDO S. TOMÁS DE AQUINO
«S. Tomás diz-nos em que consiste o amor ao próximo em frases muito curtas:
“A razão porque devemos amar o próximo é Deus”.
Logo, se a razão porque amamos o próximo não for Deus, não estamos realmente a amar o próximo; estamos, antes, a amá-lo por amor próprio, por egoísmo ou para favorecer os seus defeitos.
“ Amar o próximo é ajudá-lo a estar em Deus” – ut im Deo sit; tal é o motivo porque devemos amar o próximo.
“ Temos de amar o próximo pelo que haja de Deus nele”.
Logo não temos de amar, no próximo, o que não seja de Deus.
Então, como e com que fim devemos amar o próximo?
“Pelo que haja de Deus nele e para que Deus esteja nele”
Esta é a razão profunda da amizade; Não temos de amar no próximo aquilo que seja contrário a Deus nem aquilo que o afasta d´Ele.
Por isso não devemos favorecer os seus defeitos, os seus pecados nem as suas más inclinações.»
O Santo Rosário com Monsenhor Lefebvre, P. Patrick Troadec, F.S.S.P.X.
«Diziam os antigos filósofos que um homem é aquilo que ama. Um homem pode amar algo muito inferior a si e totalmente indigno do seu amor; ou pode amar algo que lhe seja muito superior, ou até infinitamente superior.
Seja como for, onde estiver centrado o seu amor, está, aí, uma declaração daquilo que ele é.
Não é, pois, possível, ao homem, desconhecer "o seu tesouro": o zelo com que o cerca, as acções que lhe dedica e até o ódio que devota a tudo que se lhe opõe, são indicadores seguros de onde está fixado o seu amor.
Por isso, onde não existe amor não pode haver ódio. Um
homem sem ódios, é um homem que não ama e, como tal, sem objectivos, sem
motivos para qualquer tipo de acção estando, assim, muito próximo de não
ser homem nenhum.
Os,
assim chamados, homens de mente aberta, correspondem, muito
aproximadamente, a esta descrição.»
A Companion to the Summa, Walter Farrell, volume II.
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