Lisboa, 26 Ago. 2022. A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou hoje o relatório sobre o sínodo da sinodalidade. O documento pede “uma Igreja de portas abertas, que abrace a diversidade e acolha todos, excluindo as atitudes discriminatórias que deixam à margem a comunidade LGBTQIA+ e os divorciados recasados”.
Mas a Ressurreição de Cristo é um facto único e imutável, de modo que, para
mudar o sentido da Fé Cristã que esse facto determina, será preciso esperar pela
ressurreição dos nossos Bispos e do Papa Francisco."
Para um "Grande Recomeço" (Great Reset) no Céu
Como ateu, feminista, anti-racista, ambientalista, sexualmente inclusivo e adepto do trans-humanismo, eu, pessoalmente, não quero ir para o Céu.
Mas tenho notado que os da minha laia estão
largamente sub-representadas entre as almas ressuscitadas - de facto, tanto
quanto sei, nenhum, de nós, jamais alcançou o Céu!
Trata-se duma prova cabal de que os responsáveis do Céu têm um preconceito, uma intolerância extrema, contra os pecadores
não arrependidos - historicamente o Céu, sempre foi um local muito anti-diversitário.
Mas, se olharmos duma perspectiva politicamente
correcta, veremos que os pecadores impenitentes são bem melhores do que os,
assim chamados, “Justos” - mais agradáveis, menos problemáticos, mais gentis, mais sensíveis, mais
preocupados com causas sociais e ambientais, isto é, são pessoas geralmente muito mais “fofinhas” do que os Cristãos.
De facto, os, até aqui, considerados bons, são na verdade
os maus - como se pode ver pela flagrante injustiça e intolerância consubstanciada pela exclusão dos ímpios da Vida Eterna.
Este verdadeiro Apartheid celeste não é tolerável num universo que se quer cada vez mais tolerante.
Afinal, aqueles
que rejeitam Jesus Cristo, também são seres humanos e têm o direito inalienável
a se deslocarem onde bem lhes apetecer e a serem o que bem entenderem.
Poder-se-á argumentar que, para quem quiser ir para o céu, basta arrepender-se, confessar-se e mudar de vida; mas, … e as pessoas como eu que simplesmente não querem arrepender-se nem emendar-se? ... Esse é que é o problema.
Trata-se duma discriminação sistémica
absolutamente inaceitável; a Divindade criou no Céu um ambiente hostil e tóxico
para os pecadores – com o propósito confesso de os excluir.
Esta discriminação tem de ser erradicada sem demora; e no Céu deve passar a existir um ambiente inclusivo e acolhedor para os incréus. Só assim estes poderão vir a estar adequadamente representados na vida eterna.
No entanto, não é de modo algum suficiente passar-se a admitir no Céu alguns dos que
rejeitam Cristo. Esta injusta exclusão
não terá verdadeiramente acabado enquanto no Céu os pecadores estiverem em minoria.
Por isso, é preciso, desde já, acabar com o "julgamento" dos pecadores; e, o Céu terá de ser expurgado de todas as referências que são ofensivas para os não crentes: por exemplo, todas as referências a "Deus", a "Cristo" e à "Criação Divina" devem ser canceladas.
Depois de séculos de desigualdade e discriminação, até a mais leve referência
à Divindade pode ser apercebida, pelos pecadores impenitentes, como uma
micro-agressão dolorosa - portanto, o processo de requalificação do Céu tem ser
abrangente e detalhado.
O objectivo é que, tanto o pecado como os pecadores, passem a ser encarados de um modo positivo - como escolhas válidas de estilo de vida; e para que tal possa acontecer, séculos de propaganda e obscurantismo anti-pecado terão de ser apagados.
O pecado deverá, pelo contrário, ser elogiado, recompensado, protegido legalmente, ensinado nas escolas, subsidiado para promover a nova e mais elevada ética do politicamente correcto, segundo a qual os réprobos não devem envergonhar-se - e, muito menos, arrepender-se - da sua condição mas, pelo contrário, deverão até orgulhar-se da sua condição de pecadores e dos seus pecados – espontânea e naturalmente.
Sem isso, o nosso trabalho estaria incompleto.
No curto prazo, isso significa que as práticas de admissão
ao Céu terão de ser supervisionadas e geridas segundo melhores práticas de
gestão e governança.
Felizmente, o Inferno tem condições para oferecer os
serviços de outsourcing e consultadoria necessários para alcançar esses
objectivos, criando, no Céu, um departamento de
Recursos Humanos, apto a promover uma supervisão
equitativa de todas as actividades celestes.
E, embora
esses serviços sejam muitíssimo onerosos, serão certamente bem mais baratos do que a
alternativa de o Céu ser difamado na comunicação social e subsequentemente
encerrado pelo sistema legal e burocrático do Estado.
No curto prazo, para combater as desigualdades sistémicas, será, pois, necessária uma primeira fase de nivelamento forçado - de Acção Afirmativa - com a criação de um sistema de discriminação positiva que favoreça o pecado com quotas de admissão ao Céu reservadas às almas danadas - mesmo ao mais alto nível da hierarquia celeste
Por outras palavras, no Céu, passará a imperar o Inferno, e Satanás será o seu único CEO.
Claro que, por uma questão de tolerância os seguidores de Jesus continuarão a ser bem-vindos no "novo Céu” ... desde que (como todos os outros, indiscriminadamente) estejam dispostos a aderir à Great Reset, jurem opor-se a Deus eseguir o Diabo, aceitem denegrir Cristo, demonstrem uma vontade de trabalhar activa e entusiasticamente pela nova normalidade, para podermos vir a aniquilar definitivamente esse sistema de desigualdade sistémica, de exclusão e discriminação inaceitável que dá pelo nome de "Criação Divina".
A partir de um texto de Bruce Charlton
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