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Ora, quem nos uniu neste bom sentimento, que recordaremos por toda a vida, quem foi senão Iliúchetchka, rapazinho bondoso e querido para nós para todo o sempre?! Não o esqueçamos nunca, memória eterna para ele nos nossos corações!
- Sim, sim memória eterna! - gritaram todos os rapazes com as suas vozes sonoras, os rostos comovidos.
- Lembrar-nos-emos dele, do seu rosto, do seu casaco, das suas pobres botas, do seu caixão; e do seu pai, o desgraçado pecador, e da coragem com que Iliúchetchka enfrentou, sozinho, a turma inteira!
Lembrar-nos-emos, sim! - gritaram de novo os rapazes. - Ele era corajoso, era bondoso!
- Ah, como gostava dele! - exclamou Kólia.
- Ah, filhos, ah, meus queridos amigos, não há que ter medo da vida! Que bela é a vida quando fazemos alguma coisa boa e verdadeira!
- Sim, sim! - repetiram os rapazes com entusiasmo.
- Karamázov, gostamos de si! - exclamou uma voz, talvez a de Kartachov.
Viva o Karamázov! - proclamou Kólia.
- E memória eterna para o rapaz falecido! - acrescentou Aliocha.
- Memória eterna! repetiram os rapazes.
- Karamázov! - gritou Kólia. - Será verdade o que diz a religião, que todos ressuscitaremos dos mortos e voltaremos a ver-nos, a todos, e também ao Iliúchetchka?
- Ressuscitaremos com certeza, e voltaremos a encontra-nos, e contaremos com alegria, uns aos outros, tudo que aconteceu - respondeu Aliocha, enlevado e rindo.
- Ah, que bom será! - disse Kólia.
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Epílogo de " Os irmãos Karamázov".
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