... for every individual, like myself for instance, who does not believe in God or his own immortality, the moral laws of nature must at once be changed into the exact opposite of the former religious laws, and that self-interest, even if it were to lead to crime, must not only be permitted but even recognized as the necessary, the most rational, and practically the most honourable motive for a man in his position.' "

The Brothers Karamazov by Fyodor Dostoyevsky - translated by David Magarshack. 




Condenado por Defender o Pecado

 

 O que torna o mundo moderno tão condenável, é o facto de induzir as pessoas a defenderem o pecado.

O que torna a revolução sexual tão condenável não é tanto o facto de encorajar as pessoas a pecar, mas o facto de lhes fornecer uma estrutura de defesas psicológicas pela qual, o pecador, em vez de admitir a sua fraqueza e incapacidade de resistir à tentação, é encorajado - às vezes coagido - a defender o pecado: primeiro banalizando-o, depois dizendo que não é pecado e finalmente (e, chegámos já a esse ponto), por inversão, afirmando que o pecado é afinal uma virtude.

O que torna a ciência moderna tão condenável não é tanto o facto de compelir os pesquisadores a mentir (deliberadamente, estrategicamente) com o fim de obterem financiamentos, poderem publicar o seu trabalho e obterem empregos e promoções, mas o facto de os encorajar a negar que estão a mentir; de os absolver da culpa das suas mentiras, fornecendo-lhes uma estrutura de racionalização da sua desonestidade, primeiro, para a  desculpabilizar  e depois para insistir na realidade da mentira.

O que torna a arte e a arquitetura modernas tão condenáveis não é tanto a sua fealdade, nem mesmo a sua deliberada fealdade; mas o facto de negarem essa fealdade – banalizando a fealdade, defendendo a necessidade da fealdade e finalmente dizendo, ser a fealdade, bela.

Para se ter uma noção da ordem de grandeza do dano espiritual causado por esta defesa do vício, basta pensar que os defensores da revolução sexual, os cientistas desonestos e os artistas modernos, ao fazerem-no, acabam por vir a odiar, difamar, caluniar e a procurar suprimir os Bens transcendentais que são a virtude, a veracidade e a beleza.

Ficam literalmente cheios de ódio e ressentimento contra esses Bens por serem contrários aos vícios que defendem.

Se a salvação eterna é, no fundo, uma escolha e um acto de livre-arbítrio, a condenação eterna também o é; e, aqueles que gastaram a vida a banalizar, defender e justificar o pecado e a odiar as virtudes que se lhes opõem, após a morte, quando lhes for oferecido o Bem Supremo, rejeiá-lo-ão a troco do seu pecado preferido.

 

Bruce Charlton

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