Recentemente estalou um escândalo na Lituânia - país que, até à queda do Muro de Berlin, fazia parte da URSS - ao serem publicados documentos que comprovavam que, Gitanas Nausèda - actual presidente dessa República e assumido russofóbico - tinha sido membro do CPSU (Partido Comunista da União Soviética).
Esta engraçada trapalhada, vinha confirmar as palavras, de Emmanuel Todd, demógrafo, analista político e filósofo francês - famoso por ter previsto, com alguns anos de antecedência, a queda da U.R.S.S - no seu livro de 2002, Após o Império:
"Aquando da independência, as repúblicas bálticas - Estónia, Letónia e Lituânia -, apressaram-se a inventar uma história de oposição eterna à Rússia, pouco realista do ponto de vista duma análise antropológica. … O mapa do voto soviético bolchevista, aquando das eleições para a assembleia constituinte de 1917, mostra que o eleitorado comunista ainda era mais forte nas repúblicas bálticas do que no Norte da Rússia e na Rússia Central. Desde o princípio, por exemplo, o contributo dos letões para a polícia secreta soviética foi muito apreciável."...
Trocando por miúdos, os Estónios, Letões e Lituânios compactuaram, tanto ou mais que os russos, com o regime soviético e os respectivos crimes; mas, quando a Rússia deixou de ser comunista, deu-lhes uma epifania e descobriram que, ao invés duns nojentos colaboracionistas, tinham sido, antes, umas inocentes vítimas
E, desataram a sinalizar ao mundo o seu ódio pela Rússia.
Ora, este tipo de racionalização, fez-me lembrar a (triste) figura do José Milhazes. Uma rápida consulta à sua biografia mostra-nos que ele foi para a União Soviética, em 1977, com o fim confesso de "assistir á construção do comunismo". Estudou na Universidade Estatal de Moscovo, traduziu, para português, obras de Brejnev, Andropov e Chernenko (imagine-se!) e, acabada a licenciatura, ficou-se por longos anos, sem grandes pruridos, pela maior, mais sangrenta e mais totalitária tirania da história da humanidade; mais, tarde, subsidiado pela Fundação Mário Soares, fez ainda um estudo de investigação para "aprofundar os laços entre o Partido Comunista Português e o Partido comunista da União Soviética"; e, hoje - tanto, a compulsão para ser apparatchik de sistemas totalitários, é, nele, congénita - trabalha para a SIC do Bilderberger Balsemão.
Trocando por miúdos, José Milhazes, compactuou, tanto ou mais que os russos, com o regime soviético e os respectivos crimes; mas, quando a Rússia deixou de ser comunista, deu-lhe uma epifania e descobriu que, ao invés dum nojento colaboracionista, tinha sido, antes, uma inocente vítima.
E, desatou a sinalizar ao mundo o seu ódio pela Rússia.
Freud explica.
JFM
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