«“Só mais tarde percebi”, escreveu Milan Kundera,
“que o comunismo representava, numa versão hiperbolizada e caricatural, as
principais características do mundo ocidental: a mesma omnipresença e omnipotência
da burocracia; a mesma arrogância das instituições para com os utentes; a mesma
degradação do saber tradicional; a mesma imbecilidade adolescente do discurso
oficial; as mesmas férias organizadas em manada; a mesma destruição e
afeamento
da paisagem rural, de onde os camponeses foram expulsos; a mesma uniformidade;
e, de todos estes denominadores comuns, o pior – o desrespeito pelo indivíduo e
pela sua vida privada.”
Para Milan Kundera, o comunismo mais não era que:
“a civilização moderna vista através num espelho de aumentar”;
“o ponto extremo da nossa civilização ”;
“o fruto assustador da evolução da sociedade ocidental”;
“a vanguarda da crise global da civilização moderna”;
“uma visão prospectiva do futuro do mundo ocidental”; e,
“o posto mais avançado do seu poder desumanizante”. »
From “A Kidnapped West” (1983), Vaclav Havel,
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