Um Sacerdote Santo….
“Foi uma
estrela que se apagou”, disse-nos o Capelão do Limoeiro, após a sua morte, recordando a acção
sacerdotal do Padre Cruz naquela prisão.
Lavar as
almas no Sangue de Cristo, despertar nelas o arrependimento e dar-lhes desejos de
se regenerarem; fazer, de pobres farrapos, homens novos, é obra divina que
explica a predilecção do Padre Cruz pelas visitas aos encarcerados.
Uma vez em
Viana do Castelo, que havia ele de sonhar? Levar os presos todos à Igreja para
ouvirem Missa!
Abrir as
portas da cadeia?! E se os presos fugissem?...
O Padre Cruz
responsabilizou-se: nenhum fugiria. E nenhum fugiu.
Em Esposende
o delegado levou com o Padre Cruz os presos à Igreja, indo só ele a guardá-los.
Em Seia confessou um preso e o delegado também se quis confessar e de seguida
foram os três à Igreja comungar. O preso tinha cometido um crime horrível,
mas de tal modo o bondoso sacerdote lhe soube falar que o homem se arrependeu e
as lágrimas corriam enquanto comungava… e o Padre Cruz, vendo correr aquelas
lágrimas, comoveu-se tanto que chorou também.
Uma
testemunha (Augusto da Cunha Vieira) conta uma visita que fez com o Padre Cruz
à cadeia de Celorico da Beira.
“Começou a
falar. Atraídos pela sua palavra, cravavam-se os olhos dos presos naquela
figura ascética, cujo olhar tinha um brilho estranho.
A voz, a
princípio um pouco sumida, daquele homem alquebrado e velhinho, alteou-se
adquirindo incisivo vigor. A sua figura curvada aprumou-se. E todos, naquela
sala, nos curvámos diante daquela voz que vinha do alto. Em alguns rostos
viam-se lágrimas, ouviam-se murmúrios de preces, e em todos os presentes,
reclusos e visitas, perpassou uma onda de profunda comoção. A santidade daquela
presença intercomunicou-se, e todos nos sentimos movidos para o bem, para a paz
de espírito e para um contentamento que transpareciam no rosto de todos. Todos
lhe queriam beijar a mão quando terminou e se despediu.”
Nenhum vício afastava o Padre Cruz, nenhuma obstinação no mal o desanimava.
Conta um
companheiro de visita à cadeia de Monsanto (Fernando Carneiro):
“Um dia que em seguíamos juntos a caminho da cadeia de Monsanto fiz considerações um pouco especulativas sobre a graça em certas almas e a aparente ausência noutras, etc.
Como
resposta às minhas especulações filosóficas, Padre Cruz sacou do Terço e ordenou: Vamos
rezar. E lá fomos pela Serra acima rezando o Terço pela conversão dos
pecadores”.
A oração, para ele, dava solução a todas as dificuldades.
“A oração manda em Deus”,
dizia.
Para
conversão das almas não contava com a sua habilidade ou virtude, mas apenas com
a oração.
Em vez de
estar a querer perscrutar os mistérios da graça, fazia por atrair a graça com
oração e confiança! E porque, na sua humildade, só com Deus contava, fazia
grandes coisas! Quantas reconciliações com Deus! Quantas situações
regularizadas! Quantos baptismos administrados!
…
Mas apesar da simplicidade do seu trato e da sua fé, exerceu também profunda e decisiva influência sobre homens ilustres e intelectuais: Leonardo Coimbra, Manuel Ribeiro; Luís de Magalhães… e quantos outros voltaram para Deus pela sua mão?!
Leonardo
Coimbra foi uma dessas almas afastadas de Deus que a Providência permitiu que o
Padre Cruz conduzisse à Igreja.
Demos a
palavra a Isaque Barreira:
“ A verdade
é que o filósofo não encontrava plena satisfação nos caminhos ideológicos que
trilhava.
- Eu, também
queria ter fé – desabafava ele – mas tenho dúvidas e ninguém mas tira.
Já antes
Leonardo Coimbra havia falado com outros sacerdotes muito cultos, mas não era de um
teólogo que necessitava. Farto de pensadores estava ele.
Precisava de alguém que lhe tornasse Deus mais perto. Numa palavra precisava de
um Santo.
Foi então
que o seu amigo Marques Gomes teve a ideia de lhe falar no Padre Cruz. E o
próprio pensador escreveu um bilhete ao bondoso sacerdote.
O servo de
Deus não se fez esperar. Dois ou três dias depois batia-lhe à porta. Não se sabe bem o
assunto da sua conversa, mas estou em crer que não tocaram em Kant nem em
Hegel. Sabe-se que o Padre Cruz, sem grandes delongas, desfechou:
-
Ajoelhe-se!
E Leonardo Coimbra
ajoelhou-se e confessou-se. Tinham caído todos os obstáculos. Mais tarde,
explicou: - O homem venceu-me e
convenceu-me.
Pouco
depois, Leonardo Coimbra – o ex-livre pensador – casava-se catolicamente, comungando, ele e a esposa”
… e outro,
não tanto.
A escritora
Alice Vieira conta que Conheceu o “amigo Zé”, quando foram visitar pela
primeira vez a Feira do Livro de Frankfurt. “Ficámos a dar-nos bem. Só quando
cheguei a Lisboa é que percebi que ele era padre. O Tolentino, durante as missas da
Capela do Rato, onde foi capelão, convidava autores a ler as suas próprias obras. Na
comunhão os divorciados também se punham na fila… A Igreja era uma grande casa
onde estávamos todos.”
Luís Mah, professor e investigador na Lisbon School of Economics and Management, sentiu-se imediatamente parte dessa "casa", mal conheceu Tolentino. O encontro deve-o a um amigo que o levou para o grupo de homossexuais católicos, dinamizado na Capela do Rato por José Tolentino de Mendonça.
- “Quis perceber o que é ser gay e ser cristão”.
O docente, que refere sempre ter tido “uma veia
activista e revolucionária”, explica que ali se sentia à vontade. “O Tolentino
é uma espécie de terapeuta na sua essência e encontra na Bíblia formas de nos
ajudar a estar presentes na comunidade. O que me fez sentir-me uma das cartas do
baralho. Vai ser o próximo Papa.”
Ainda enquanto Padre, Tolentino prefaciou o livro “História da Teologia Feminista” da Irmã Maria Teresa Forcades, considerada “a freira mais extremista da Europa”, a qual defende, por exemplo, que “a decisão de abortar é indissociável da autodeterminação da mãe, da sua liberdade pessoal; não se pode querer salvar a vida do filho, contra a vontade da mãe”.
Forcades defende, também o “casamento gay”, a adopção por parte destes casais e o acesso das mulheres ao sacerdócio, porque ”temos uma Igreja que na sua estrutura é patriarcal e misógina e que realmente discrimina as mulheres” .
Tolentino, além de lhe prefaciar o livro e não contraditar nenhuma das suas afirmações, ainda a comparou a Hildegarda de Bingen (imagine-se!) e lhe agradeceu “como leitor e teólogo, por editar este verdadeiro livro do desassossego”.
Não é conhecida, pelo menos publicamente, nenhuma conversão cuja responsabilidade se lhe possa atribuir – embora, na verdade, Tolentino jamais tenha manifestado semelhante intenção; prefere assumir uma actitude "terapêutica" (em sentido psicanalítico); não quer que o super-ego dessas suas "amizades especiais" lhes vá incomodar o respectivo Id. Deixá-los viver segundo o Princípio do Prazer se isso os faz felizes; é preciso é que se "sintam em casa", "à vontade" e "uma carta do baralho" tal como são.
Por aqueles que andam em busca de racionalizações desculpantes para os seus vícios, Tolentino sente uma "enorme solidariedade" que o faz "ir à procura na Bíblia de formas de nos ajudar a estar presentes na sociedade".
Talvez por esta sua "abertura de espírito" que o leva a confirmar todos nas respectivas paixões - não lhes propondo arrependimento, nem mudança de vida - é muito popular e mediático sendo aclamado pelo mundo e por todos que declaradamente rejeitam a Igreja e a sua Doutrina, facto que lhe tem valido um sem número prémios literários e culturais recebidos ao longo da sua carreira de "intectual" e "poeta".
Bateu todos os recordes conhecidos, ao ter passado de Padre a Arcebispo e a Cardeal, em
menos dum ano, por obra e graça do Papa Francisco - o qual, tendo-se confessadamente submetido, em tempos, à psicanálise - terá visto em Tolentino um alter ego.
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