Todos concordamos que o planeta precisa de ser salvo. Toda a gente o repete constantemente. Mas, precisa de ser salvo de quê? Do arrefecimento global?

Com efeito, quando a climatologia começou a aparecer como uma nova área da Ciência, todos, sem excepção, previam para breve o advento de uma nova idade do gelo.

A Newsweek, em 1975, previa que devido à baixa generalizada das temperaturas: "Há sinais ominosos de que os padrões climáticos da Terra começaram a mudar drasticamente e que essas mudanças podem pressagiar um declínio drástico na produção de alimentos".

A Time, em 1974, dizia que: "O climatologista Kenneth Hare, antigo presidente da Royal Meteorological Society, acredita que a seca contínua... está a dar ao mundo uma premonição sinistra do que poderá vir a acontecer. Hare adverte: 'Não acredito que a população actual do mundo seja sustentável se [estas tendências continuarem]'".

Podem-se contar dezenas e dezenas deste tipo de alertas, feitos por cientistas e pelos mais desvairados grupos nomeadamente aqueles com ligações à ONU, que anunciavam uma mortandade apocalíptica por causa da fome global que se aproximava, etc.

Mas, à medida que a ciência climatológica foi crescendo, a temperatura foi, aumentando de tal forma que a dita ciência se viu obrigada a começar a prever, não já um arrefecimento, mas um aquecimento global, que, estranhamente era causado, precisamente pelas mesmas coisas que se dizia terem estado na origem do arrefecimento global: o petróleo e os seus derivados.

Mas como o “aquecimento global”, provavelmente por pura perrice, também se revelou refractário às previsões dos climatologistas, com o tempo, foi sendo transmutado em "alterações climáticas", uma designação que se revelou um achado verdadeiramente brilhante, porque, como o clima da Terra muda incessantemente, qualquer mudança climatérica - inevitável comi que por definição - podia agora ser classificada entre as consequência das "alterações climáticas".

Uma mera correlação transformava-se assim, com toda a facilidade, numa causalidade.

As "alterações climáticas" rapidamente se casaram com o cientismo, passando, a serem sinónimo da necessidade de "soluções" para as mesmas.

Devido a esta falácia qualquer, dúvida que alguém manifestasse sobre as ditas soluções, valer-lhe-ia o epíteto de "negacionista das alterações climáticas" – uma designação perfeitamente asinina, porque nenhum cientista, nem ninguém no seu perfeitojuízo, nega que o clima da Terra muda.

Janet Yellen disse recentemente que "as alterações climáticas são uma ameaça existencial" e que "o mundo tornar-se-á inabitável" se - ora aí está- não agirmos.

Inabitável é uma palavra muito forte. Rode e Fischbeck, em 2021, examinaram as previsões apocalípticas ambientais e descobriram que o tempo médio até à chegada do fim do mundo, segundo os que, como Yellen, defendem que  "temos de agir, já", é de cerca de nove anos.

As previsões de que dentro nove anos, apenas, a Terra se tornará ”inabitável”, graças ao arrefecimento global/aquecimento global/alterações climáticas começaram na década de 1970 e foram num crescendo até, serem quase diárias.

O curioso nestas previsões é que, paradoxalmente, o sucessivo fracasso das mesmas, nunca joga contra elas. Possivelmente por ficar assim provado, serem elas hipóteses falsificáveis (susceptíveis de virem a ser provadas falsas) e, por tal motivo, segundo a teoria de Karl Popper, científicas.

Vamos então ver o que pode correr mal por causa das "alterações climáticas" segundo essas previsões:p

Literalmente tudo. Não há nenhum mal que não seja agravado pelas "alterações climáticas" e não há nenhum bem que escape à respectiva degradação.

 As "alterações climáticas" vão fazer florescer todos os animais, insectos e ervas daninhas que são nocivos  para a humanidade, e acabar com tudo o que é benéfico.

Há um sujeito no Reino Unido que se dedicou a coleccionar as desgraças que segundo os climatologistas, as “alterações climáticas” vão necessariamente acarretar; já vai em cerca de 900 artigos científicos, segundo os quais as "alterações climáticas" vão seguramente provocar ou agravar:

"a SIDA, a destruição das papoilas, o holocausto africano, as mortes em idade avançada, todas as restantes papoilas, a devastação de África, os conflitos em África, a ajuda a África, as ervas daninhas agressivas, os acidentes da Air France, as bolsas de ar, as alterações da pressão do ar, as despedidas virtuais nos aeroportos, a malária nos aeroportos, a destruição das cidades, a contenção da Al Qaeda e Talibãs, o aumento das alergias, a época das alergias mais longa, o aparecimento de jacarés no Tamisa". E ainda nem sequer chegámos ao fim dos primeiros exemplos.

Não há um único estudo, que eu saiba, que chegue à conclusão de que um ligeiro aumento da temperatura média global conduziria a fins de tardes mais quentes e agradáveis e seria  óptimo para o reumatismo dos velhinhos.

O facto de se considerar sempre, sem excepção, que uma pequena mudança no clima da Terra só poder ter consequências total e inteiramente más, e não poder ser de modo algum boa, é prova suficiente, de que “a Ciência” está terrivelmente errada.

No entanto, isto não diz como é que estas crenças são geradas. Elas acontecem por algumas das razões que já mencionámos, mas também por se esquecer o problema da multiplicação das incertezas.

Tendo em conta a natureza das moedas, a probabilidade de sair caras numa jogada é de metade. A probabilidade de saírem duas caras seguidas é de um quarto: as incertezas vão-se multiplicando: a probabilidade de saírem três caras seguidas é um oitavo; de saírem quatro é de um em dezasseis. A probabilidade de saírem quatro caras seguidas é portanto de 6,25%.

Seria um erro óbvio, e um disparate matemático, dizer que a probabilidade de saírem 4 caras seguidas é de "metade" só porque a probabilidade de sair caras na última jogada é de metade. E, pelo mesmo motivo, é igualmente escandaloso dizer numa manchete de jornal que "a Terra tem 50% de probabilidades de lhe acontecerem todas aquelas desgraças simultaneamente por causa das “alterações climáticas ". Concordam?

Mas é exactamente assim que as histórias de terror sobre as "alterações climáticas" são feitas.


Why Science Is Broken: Hillsdale Speech Video & Transcript Now Online – William M. Briggs (wmbriggs.com)

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