A cobardia é, muito provavelmente, o pecado que
melhor define os nossos tempos - uma cobardia tão extrema que as pessoas chegam
até a ter medo de pensar honesta e virtuosamente.
O homem moderno não tem coragem, porque não tem
qualquer motivo para ser corajoso.
Diariamente são relatados e observados actos da mais
repugnante cobardia sem que estes suscitem a mínima desaprovação ou, se quer, qualquer
comentário; qualquer desculpa conveniente ou, até, a mera possibilidade de
existência de algum risco, são considerados motivos suficientes para justificar
a mais abjecta cobardia.
E, se surge um exemplo de coragem real, é rejeitado
cinicamente - com o mesmo cinismo com que
se justifica.
O homem moderno levou a cobardia a níveis
insuspeitos.
No passado, as pessoas sabiam aquilo que deviam
fazer e, quando não o faziam, percebiam que eram cobardes. Por isso, os homens podiam
ser condenados por cobardia.
E, como CS
Lewis observou em The Screwtape
Letters, reconhecer a própria cobardia - saber que se falhou, por cobardia,
a fazer aquilo que se devia ter feito, - é um sentimento realmente horrível. É
uma das piores formas de culpa.
Mas, o homem moderno, no seu dia a dia, é obrigado
a ser tão sistemática e frequentemente cobarde, que, para ele, essa autoconsciência
moral seria intolerável – caso se permitisse voltar a ter princípios morais
genuínos ...
Então, rendendo-se previamente ao mal, negando
realidade de Deus e esvaziando, assim, a sua alma da bondade natural - o Homem
Moderno auto absolve-se da sua cobardia.
Somos de facto Homens
Ocos; os Homens-sem-peito de que
falava C.S. Lewis.
Sem Deus, num universo que surgiu do nada absoluto
e se desenvolveu por meio de mudanças aleatórias e causalidades cegas - não existe
qualquer razão convincente para se ser virtuoso; e a cobardia pode ser
redefinida como um mero mecanismo psicológico de defesa.
O homem moderno só tem uma convicção: a de que, “está cá para gozar a vida” e, como
tal, tem o direito a ser feliz, a obter o máximo prazer (especialmente sexual) e a evitar
ao máximo o sofrimento; e, sendo assim, deve evitar
problemas procurando estar sempre do lado certo, isto é, do lado do poder.
No passado, existiram sempre aqueles que resistiam
às tiranias internas e às ocupações estrangeiras, com grande risco e sofrimento
pessoal.
Mas, também, existiram sempre aqueles que
colaboraram - que “tiraram partido da
situação” e “aproveitaram as
oportunidades” - ou seja, os cobardes
que sistematicamente fizeram aquilo que moralmente sabiam que não deveriam
fazer, beneficiando pessoalmente da situação, no imediato.
Contudo, a grande maioria destes colaboracionistas tinha a exata noção dos
seres desprezíveis que na realidade eram; a sua própria consciência os condenava;
mas, outras motivações (por exemplo, o medo, a ganância, a luxúria, a presunção),
tinham neles mais força do que a vergonha ou o peso na consciência.
Hoje, o Ocidente foi permanentemente ocupado por “estrangeiros”
- por uma elite maligna, por uma classe dominante de mega-bilionários que
activa e abertamente mente, explora e oprime os povos - como se viu
recentemente com a “pandemia” e continua a ser patente com a agenda climática, a
imposição da ideologia LGBT e a guerra contra a Rússia….
Mas, não há resistência; a resistência evaporou-se.
Porquê?
Porque, para os cobardes, nunca há razão
suficientemente convincente para resistir.
Hoje, somos quase todos colaboracionistas –
colaboracionistas que nem têm o mais pálido vestígio da integridade de consciência necessária para reconhecer, essa
terrível realidade.
Na verdade, chegamos a ser bem piores do que os colaboracionistas.
Bruce Charlton
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