ENTENDER PORQUE
"1% da população mundial detém tanta riqueza como os restantes 99%" (BBC 18/1/2016)
Juntamente com a Vanguard, a Black-Rock é a maior empresa a nível mundial. Estes dois fundos de investimento, somados, gerem um total de 17 biliões de dólares, uma soma equivalente a todo o PIB da União Europeia.
Ficou acordado que uma comissão liderada pelo referido Fundo irá gerir a dívida pública ucraniana que, de acordo com o Ministério das Finanças do país, no final de março de 2023 atingiu 119,9 mil milhões de dólares, ou seja, 78% do PIB no final de 2022.
A BlackRock é um exemplo perfeito das tendências congénitas ao capitalismo - a tendência para a acumulação de capital nas mãos de uns poucos e para a criação de monopólios, através da financeirização da economia .
A BlackRock, foi, por exemplo, escolhida pela Reserva Federal dos EUA (banco central) para gizar o programa de estímulo financeiro, gerir o sistema de resgates das dívidas e "ajudar" a dita Reserva Federal a comprar biliões de dólares em obrigações e títulos para poder salvar as grandes empresas que dominam a economia capitalista mundial, bem como para "estabilizar o mercado de obrigações", um dos instrumentos mais importantes da política monetária.
Mas esta não é a sua única particularidade, pois a BlackRock exerce uma imensa influência política em todo o mundo por via do seu poder financeiro. Por exemplo, é o principal credor da dívida do Sul Global tendo tido um papel crucial na crise da dívida argentina e uma mão pesada na renegociação da mesma.
Não só é acionista das maiores empresas financeiras e das maiores farmacêuticas, como o é também, dos gigantes da indústria militar e de todas as grandes empresas de comunicação social.
Antigos funcionários de topo da BlackRock transitam frequentemente para cargos na Casa Branca. Na administração Biden, são agora três: O vice-secretário do Tesouro, Wally Adeyemo, o conselheiro sénior do Tesouro para as questões económicas relacionadas com a Rússia e a Ucrânia, Eric van Nostrand, e Mike Pyle, conselheiro económico sénior da vice-presidente Kamala Harris.
A implementação do acordo da BlackRock com o regime ucraniano envolveu funcionários acusados de corrupção em várias outras ocasiões: a antiga directora do Banco Nacional da Ucrânia, Valeria Gontareva, a antiga directora do Ministério das Finanças da Ucrânia (aliás, cidadã norte-americana ???!!!), Natalia Yaresko e, claro, o promotor dos interesses de George Soros na Ucrânia, Viktor Pinchuk, um bilionário que conseguiu escapar à "desoligarquização".
A peça que falta para completar o puzzle é saber-se de onde virá o dinheiro para o governo ucraniano poder pagar a dívida estratosférica criada com a guerra, mais os serviços da BlackRock - que não é propriamente uma associação de irmãs da caridade.
A resposta é simples: vem dos impostos dos cidadãos das democracias ocidentais - dos contribuintes americanos, que já em 2022 custearam o esforço militar ucraniano em 13 mil milhões de dólares, e do aumento das despesas militares para 2% do PIB nos orçamentos gerais dos países da UE."
Vamos apoiar a... BlackRock?!
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