PARA ACABAR DE VEZ COM A PIROFOBIA

 

  Caros Portugueses,

como representante, neste país, do OMIPOI, não posso deixar de expressar o nosso repúdio, pelo ocorrido na mais recente “Época de Incêndios". Com efeito todos os anos - e este, mais uma vez, não foi excepção - os incêndios dão azo a situações de injustiça, discriminação e intolerância que em nome do princípio da igualdade - ínsito na declaração universal dos direitos dos homens -  urge denunciar.

A verdade é que, apesar dos esforços das organizações internacionais, continuam a existir países onde, os respectivos governos, teimam em não criar as condições necessárias  para a livre ignição e propagação de incêndios, demonstrando, assim, estarem ainda imbuídos duma mentalidade pirofóbica retrógrada e  elitista não susceptível de ser tolerada, em pleno século XXI, no seio duma civilização onde a tolerância é um valor fundacional e estruturante.

Diga-se, no entanto, que, a pirofobia, não é um  fenómeno de cariz meramente nacional ou periférico. Segundo o mais recente Relatório (o 47ª) do Painel Internacional para a Erradicação da  Pirofobia (PIEP),  criado sob os auspícios da ONU e financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates e pela Open Society Foundation de George Soros, estamos perante um problema de proporções planetárias, que, como tal, deverá ser abordado (tackled) a nível global.

Nesse sentido, o PIEP criou o Observatório Mundial para a Inclusão das Pessoas com Orientação Ígnea (OMIPOI), com um orçamento anual de 300 mil triliões de dólares, financiado pelos países signatários através dos impostos cobrados aos respectivos cidadãos, que terá como objectivo principal a elaboração de Recomendações, que todos os  países terão impreterivelmente de seguir, tendentes a combater a emergência igneofóbica que ameaça a sobrevivência do nosso planeta.

 Com efeito, segundo estudos científicos recentes, levados a cabo por especialistas prescientes (a Labareda Thunberg, nomeadamente), se não forem tomadas medidas urgentes, dentro de 10 anos, aproximadamente, a Terra não será mais que um calhau ardente à deriva no espaço ingente.

Para  evitar esta catástrofe de proporções intergalácticas  procuramos obter um consenso global segundo o qual cada país deverá proceder a alerações, nas respectivas Constituições, tendentes a consagrar nos respectivos textos constitucionais o dever dos Estados nacionais tomarem medidas concretas para defesa do direito à livre auto-determinação ígnea dos seus cidadãos, medidas das quais passaremos, de seguida, a dar alguns exemplos:

- A nível penal, a pirofobia  deverá passar a constar no elenco dos crimes de ódio, devendo ser legalmente punida qualquer manifestação de repulsa pela piromania ou até mesmo as simples piadas sobre pessoas de orientação ígnea.

Por exemplo, frases como, “fôôôsga-se... que, a filha da mãe da gaja,  é uma brasa do caraças, q´até faz mal à vista!!!” devem ser liminarmente rejeitadas; porque a palavra brasa pode ser entendida como sendo portadora conotações negativas, podendo configurar uma micro-agressão inaceitável para as pessoas de orientação ígnea.

 - A nível educativo, as crianças deverão ser levadas a interiorizar o imperativo da não discriminação dos indivíduos de orientação ígnea no quadro duma sociedade inclusiva, diversitária e aberta a todas as tendências e modos de vida; e a não tolerarem qualquer tipo de comportamento ou discurso pirofóbico.

Com fins didácticos, pirómanos para o efeito contratados pelo Ministério da Educação, deverão distribuir fósforos e garrafinhas de gasolina (de plástico reciclável, claro) aos alunos da pré-primária para criar neles, desde cedo, uma atitude proactiva em relação às actividades incendiárias.

- O direito ao prazer ígneo deverá ser consagrados como um Direito Fundamental das crianças (e adultos), direito esse que, pais e restantes educadores, não poderão, de forma alguma, coarctar.

 Por exemplo, a um progenitor que, um belo dia, encontre um seu educando a pegar fogo ao sofá da sala, ser-lhe-á vedado - sob pena de incorrer num crime de Violência Doméstica punido com a castração química da sua masculinidade tóxica - qualquer tipo de intervenção tendente a obstaculizar o exercício desses direito.

Para o efeito recomenda-se a criação de  Linhas SOS Crianças Incendiárias, devendo ser, as mesmas crianças, familiares, vizinhos e restantes cidadãos encorajados, a ”bufar” todas as situações passíveis de  lesar os referidos direitos.

- Deverão ser criados benefícios fiscais aplicáveis a todos os produtos culturais, que promovam uma imagem positiva da piromania e fomentem a repulsa por todos os tipos de comportamentos pirofóbicos. Programas, como o tão bem sucedido “Querido, Incendiei à Casa”, deverão ser subsidiados.

- Serão criadas quotas maioritárias obrigatórias para pessoas de orientação ígnea nos quadros de pessoal da Autoridade Nacional de Protecção Civil, do SIRESP, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, das Corporações de Bombeiros, etc., principalmente ao mais alto nível, para compensar o facto de durante séculos, os pirómanos, terem sido, por puro preconceito, excluídos destas instituições.

 Terá, no entanto, de ser salvaguardado o respectivo direito à Objecção de Consciência pois não faria sentido, tais pessoas, serem obrigadas a combater, os incêndios que elas próprias (em consciência) tivessem optado por atear.

 Figuras históricas, com provas dadas na área da incêndiologia,  como Nero (Roma, 64 a. C.) ou António Costa (Pedrogão Grande, 2017 d. C.), deverão ser reabilitadas aos olhos do público  e apontadas como exemplo às gerações vindouras.

- Todas as agências noticiosas internacionais, bem como toda a indústria do entretenimento, universidades, associações culturais e científicas, etc, etc. deverão ser enquadradas neste grande esforço global de combate a esta premente ameaça planetária.

- Será criada uma miríade de ONGS (financiadas pelas entidades acima referidas) que terão por missão exigir dos governos, e monitorizar, a implementação destas medidas a nível nacional e que estarão incumbidas de elaborar relatórios anuais que denunciem os países não colaborantes os quais serão sujeitos a sanções económicas por parte da comunidade internacional e no limite a intervenções militares.

- Estas ONGS, em colaboração com organizações partidárias locais, detectarão qualquer intervenção pública que possa configurar um comportamento de repúdio da piromania (geralmente perpetradas por pessoas retrógradas impregnadas de resquícios da ultrapassada moralidade judaico-cristã, que poderão, por exemplo, manifestar preocupação com as vítimas dos incêndios, em geral, e com os queimados em particular, esquecendo-se que os pirómanos, coitados, durante milénios, foram discriminados), cujos autores deverão ser linchados moralmente (ou, no limite, literalmente) por forma a serem erradicados para sempre da vida pública.  

- Procurar-se-á, em fim, - abordando figuras que, pelo seu comportamento anterior, se mostrem susceptíveis de entender a dimensão do que, na realidade, está aqui em causa, como o Cardeal Tolentino, ou o próprio Papa Francisco - a colaboração da hierarquia da Igreja Católica, no sentido de vir a declarar a pirofobia um pecado mortal e de criar uma benção especial para casais de orientação ígnea que poderia começar por algo do género:  Creio em Belzebu, incendiário do Inferno e da Terra,,…”, etc.

 


 

Comentários

Mensagens populares deste blogue