“Tudo nasceu da existência do sistema partidário, ou antes e em certo sentido, da não-existência de um sistema partidário. Quando
a teoria geral de certos fenómenos políticos é diferente da realidade prática
desses mesmos fenómenos, cria-se sempre uma cumplicidade no silêncio que
ninguém quer quebrar e passa a haver coisas que não podem ser ditas em público.
O fenómeno oculto no caso da Inglaterra é a não-existência de dois partidos reais
que governem alternadamente mas, sim, a existência de um único grupo real, os
plutocratas, que governa continuamente. Podemos, pois, dizer com verdade, que a
democracia falhou; mas com isso queremos apenas dizer que a democracia falhou
na sua tentativa de, se quer, chegar a existir”
G.K. Chesterton, An Autobiography
O mundo não ocidental, como se pôde ver na recente cimeira dos BRICS, está a cortar cada vez mais os laços com o Ocidente; por várias razões. Uma delas pode ser descrita como o "colapso da diplomacia" ocidental, ou, mais correctamente, como o abandono quase total da diplomacia pelos líderes ocidentais. Este fenómeno não começou com a guerra na Ucrânia, mas sim cerca de um ano antes. Algo aconteceu logo após a eleição de Joe Biden que parece ter desligado o gene diplomático ocidental, por assim dizer, e ligado o gene da ameaça. Não que antes houvesse muita diplomacia; mas é sempre possível que as coisas piorem - e pioraram, mesmo.
A expressão “colapso da diplomacia” não chega para
descrever a gravidade da situação. O comportamento dos líderes norte-americanos
e europeus tem-se tornado cada vez mais desequilibrado e qualquer aparência de
racionalidade desapareceu. É impossível ouvi-los sem se ter a sensação de que algo de muito errado está a acontecer.
Em primeiro lugar, parecem ter criado um mundo de
fantasia, virado de pernas para o ar, onde impera uma projecção freudiana segundo
a qual Vladimir Putin e todos os líderes que não se rendem aos seus interesses, são puras encarnações de Satanás em pessoa, a Rússia está a
perder a guerra e o Ocidente continua a ser todo-poderoso e um pináculo de
justiça, de liberdade, de democracia e cultura.
Em segundo lugar, parece que não conseguem abrir a
boca em público sem insultar o resto do mundo. Há meses que Joe Biden,
Annalena Baerbock, Ursula von der Leyen, Josep Borrell e Emmanuel Macron, etc. não
são vistos em público a não ser para virem insultar alguém. O comentário de
Borrell dizendo que a Europa é um jardim e o resto do mundo uma selva é o auge
desta situação - porque todos sabemos a que é que as selvas estão associadas.
Acontece que as
elites políticas ocidentais estão a ser sujeitas a cada vez maiores pressões e não estão a conseguir manter sob controlo as suas
emoções e a guardar para si o que realmente pensam e querem - ou, ao menos, continuar a disfarça-lo por de trás do habitual jargão humanista e politicamente correcto. Já não conseguem esconder o seu desprezo e ódio por todos que ousam resistir-lhes. A sua duplicidade, os seus dois
pesos e duas medidas e a exacerbada convicção da sua superioridade e legitimidade inatas, servem
para justificar automaticamente todas as
suas próprias acções e condenar todas as dos seus opositores.
Tudo isto, bem como a sua total falta de
competência e o seu total alheamento da realidade, é característico de um
certo tipo de pessoas, como veremos adiante.
Donde surge este tipo de gente?
Só será segredo para os mais distraídos o facto de a classe política ocidental ser submetida a um processo de pré-selecção antes de poder concorrer ao circo eleitoral dos respectivos países, onde as populações podem livremente escolher entre dois ou três candidatos, pré-seleccionados, que, uma vez eleitos, irão fazer exactamente a mesmíssima coisa.
Existem vários programas para recrutar e doutrinar jovens
promessas (e não tão jovens) destinadas a ocupar posições de liderança nos governos e nos
negócios. Alguns desses programas são obscuros e operam a nível pessoal,
enquanto outros têm uma "função de sondagem" e são abertos - como o
programa de "jovens líderes globais" do WEF ou as reuniões do Grupo
Bilderberg. Um número significativo de pessoas de alto nível está envolvido
neste processo de recrutamento, como, por exemplo, Klaus Schwab e George Soros. Um exemplo recente de jovem promissor é o de Nikol Pashinyan, amigo pessoal de Soros, que foi, programado para ( e já está a) destruir a Arménia. E, não esqueçamos que, durante a "pandemia", em Portugal, o Presidente da República, o Primeiro Ministro e o líder da oposição (Marcelo, Costa e Rio), todos os três, tinham passado previamente pelas reuniões do grupo Bilderberg.
Se algum deles se atrever a sair da linha, os mídia farão rebentar um escândalo que acabará com a sua carreira. Se for um líder de um país não ocidental, a desobedecer, proceder-se-á a uma mudança de regime, através duma revolução colorida (como Viktor Yanukovich na Ucrânia, quando se recusou a assinar acordos económicos com os EUA e a UE) ou até, se necessário, duma invasão (como o Kadafi).
Este processo destina-se a garantir a lealdade dos recrutados e a manter o resto dos políticos em sentido.
O processo é tão eficaz que conseguiu intimidar quase toda a classe política do Ocidente - até os que não foram recrutados. Toda esta gente anda com pezinhos de lã, ninguém se atrevendo a desafiar as políticas das elites multimilionárias, com medo de sofrer as consequências.
Ao mínimo desvio, a comunicação social é lhes atiçada e … rapidamente são substituídos. Nos últimos anos, houve uma série de mudanças de regime no próprio Ocidente que fizeram parte deste processo de imposição, por exemplo, na Grécia, em Itália, na Áustria, até na Islândia - e até nos EUA.
Poucos, que estejam em posições de poder, se atrevem a dizer
seja o que for, mesmo quando de baixo dos seus olhos, as marionetas locais das elites globalista destroem irremediavelmente os respectivos países.
Ora, qualquer especialista em “recursos humanos” sabe que é necessário encontrar a pessoa certa para um dado tipo de trabalho. A personalidade do candidato deve adequar-se ao posto de trabalho em questão, pelo que é necessário um processo de selecção eficaz. Pode também ser necessária formação - para garantir que serão usados os métodos correctos, promover a motivação, etc.
As nossas elites políticas passam por este processo como qualquer outro candidato a um emprego qualquer. São seleccionadas com base na tarefa que lhes será atribuída e recebem uma formação que, digamos, afecta um pouco o seu ego.
Estes processos de
selecção e formação, bem como a tarefa que lhes é atribuída, explicam porque os nossos políticos são como são - e por que razão se comportam todos da
mesma maneira, como se tivessem sido feitos numa linha de montagem.
A tarefa
Ouçam-nos falar e compreenderão.
A tarefa, em termos simples, é equiparável à lavagem cerebral forçada feita a um indivíduo, com o fim de o remodelar completamente - mas, levada a cabo ao nível de toda uma população.
Este objectivo é alcançado destruindo completamente a
"velha" pessoa (sociedade, cultura, civilização), e depois reconstruindo e remodelando os restos
despedaçados segundo o fim que se pretender. O método utilizado chama-se "fractura
do eu", em que a auto-identidade e a vontade da pessoa são destruídas
através de pressões e abusos extremos, até que ela se torne completamente
dependente do seu agressor. Depois, a remodelação pode começar.
Esta é a tarefa atribuída à nossa elite política. É essencialmente um trabalho de demolição, brutal e sangrento - e requer um certo tipo de pessoas.
As pessoas certas para a tarefa
Não é qualquer tipo de pessoa que está disposta a se deixar arregimentar para levar a cabo o genocídio social e cultural do seu próprio país. Talvez psicopatas, mas estes podem vir a ter problemas de lealdade e, estranhamente, alguns deles, apesar da loucura, têm alguns princípios.
Para
semelhante tarefa, "o que faz falta" é uma pessoa que goste, ou até precise, de
impor a sua vontade aos outros e de interferir nas suas vidas; uma pessoa que tenha um zelo inabalável pela
causa e seja incapaz de reconhecer que errou e recuar; uma pessoa que consiga arranjar
racionalizações justificantes para as maiores patifarias sem nunca ter o mais
pálido rebate de consciência; uma pessoa
que possa sofrer uma lavagem cerebral e ser controlada como um macaco treinado;
uma pessoa capaz de destruir a sua
própria casa sem se aperceber do que está a fazer.
Por outras palavras, "o que faz falta" é um narcisista.
Qualquer crença cuja prossecução convença o narcisista de que é mais virtuoso e mais inteligente que o resto do mundo, será aceite por ele de bom grado.
Todos os "temas
actuais" da sociedade ocidental, incluindo o combate ao vírus, as migrações em massa, a justiça social, a acção afirmativa, os
direitos LGBT, a Ucrânia e o combate às alterações climáticas, são sistemas de crenças
cuidadosamente construídos e desenvolvidos para, através do referido processo de lavagem cerebral, levar estes narcisistas a fazer algo; algo que, invariavelmente, implica destruição.
Às nossas elites políticas, junta-se, ainda, aquela parte da população possuidora
duma auto-imagem suficientemente narcisista para poder ser passível de ceder à mesma lavagem cerebral – hoje,
num ocidente onde impera um individualismo extremo, a quase totalidade da população.
Uma vez que um narcisista tenha passado por este mecanismo de lavagem cerebral, os referidos sistemas de crenças, ficam nele completamente interiorizados, tornando-se parte do respectivo eu - embora devam ser constantemente, preservados, reforçados e incentivados. Para esse fim, todas as suas acções ou mentiras, têm de ser justificadas; toda a resistência terá de ser apresentada como um desafio pessoal e deverá ser esmagada.
Para o narcisista a hipótese de abandonar essas crenças está fora de questão porque seria a destruição do seu ego e uma fonte de perturbações emocionais e ansiedade. Uma vez comprometido, o narcisista, não
pode voltar atrás. A sua caixa de velocidades, é automática e não
tem marcha-atrás.
O processo de selecção das nossas elites políticas passa, portanto, por identificar pessoas com estas características, para depois as desenvolver. Os fóruns com convites, incluindo o fórum do FEM, as reuniões Bilderberg e vários fóruns de jovens, são essencialmente operações de prospecção. Os bons candidatos são seleccionados e desenvolvidos noutras reuniões e a nível pessoal. As convenções, como as da ONU sobre alterações climáticas, são depois utilizadas para fazer a manutenção da lavagem ao cérebro, introduzir novos programas, servindo como eventos sociais de afirmação mútua.
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A essência do narcisismo é ter-se uma elevada percepção de
si próprio. O narcisista acha-se melhor e/ou mais inteligente do que os outros.
Quanto mais inchado estiver o seu ego, maior será a sua necessidade de controlar o
ambiente que o rodeia e maiores e mais elaboradas serão as racionalizações justificativas das suas acções destrutivas.
Alguns podem ser levados a um nível tão elevado que quase comecem a acreditar que são uma espécies deuses que foram ungidos para trazer à Terra a boa nova do politicamente correcto, cuja implementação justifica até o abuso físico sistemático dos outros - inclusive de crianças (v.g. a vacinação de crianças e jovens, grupos etários que já se sabia não correrem risco algum com a Covid).
É, pois, necessário ter um ego exacerbadamente hipertrofiado para se ser capaz de desempenhar as tarefas que são hoje atribuídas às elites políticas ocidentais.
Os
Sistemas estruturados de crenças
Enquanto o processo de hipertrofia do ego amplifica o
narcisismo, os sistemas estruturados de crenças são concebidos para levar o
narcisista na direcção certa. São basicamente "pacotes de lavagem ao
cérebro" que são concebidos para se poderem adaptar ao ego inflacionado do
narcisista - e alimentá-lo. Muitas ideologias políticas funcionam exactamente
assim - e algumas são quase totalmente baseadas na emoção, para aumentar o
efeito.
O pacote, inclui instruções específicas sobre a forma de proceder: normalmente trata-se de combater uma ameaça inventada, e, claro que, as directivas, incluem tudo aquilo que vai ser preciso destruir para combater essa ameaça.
Esta crença transforma o político num cruzado do “bem”, num sábio com uma compreensão única daquela iminente ameaça, compreensão que o comum dos mortais não tem, nem nunca alcançará.
Este modo de ver as coisas, é depois reforçado nas reuniões com os demais narcisistas que estão à frente do processo de destruição dos outros países e pela comunicação social detida pela elite globalista que está, precisamente, na génese de todo este esquema.
Neste caso, a resposta previamente programada para combater o papão Co2 é encerrar a produção de energia, proibir os automóveis, acabar com as vacas, em particular, e com a agricultura em geral, sobrecarregar as populações com mais impostos "verdes", etc.
As pessoas LGBT (supostamente) estão a ser
perseguidas (na verdade, hoje, são elas que perseguem o resto da
população)?! A liberdade de expressão tem de ser suprimida.
A Rússia é uma ameaça?! Os russos têm de ser perseguidos e aniquilados, a cultura russa cancelada e a Rússia, bombardeada, falida e desmembrada.
Reparem que, a solução para todos estes terribilíssimos
problemas, é sempre a destruição. A destruição é a maior "virtude" do
narcisista. Quanto mais destruição, mais o seu ego sai reforçado e
elevado - e mais virtuoso e poderoso o narcisista se sente.
É provável que alguns elementos das nossas classes políticas até compreendam o que está realmente a acontecer, embora sejam incapazes de admitir que foram vítimas duma lavagem cerebral e que foram manipuladas. Os narcisistas mais evoluídos conseguem ver o quadro geral, mas encaram a destruição das sociedades ocidentais como necessária para o futuro glorioso que perspectivam. Uma grande parte deles acredita que estão apenas a resolver problemas. No entanto, independentemente do grau de compreensão da situação, todos eles foram manipulados para afastarem para bem longe os mais básicos princípios de humanidade e programados para serem autênticos drones suicidas.
As nossas elites políticas são, hoje, a forma mais refinada de idiotas úteis que a humanidade já produziu.
Porquê, tanta incompetência?
Porque é que os membros das nossas elites políticas são tão incompetentes. Já há muito que se notava esta tendência mas, desde o início da "pandemia" e ainda mais com o início da guerra na Ucrânia, perderam completamente o controlo de tudo. As medidas para combater "o vírus", pareciam talhadas de propósito para agravar a situação. Avaliaram mal a Rússia do ponto de vista económico, social e militar; falharam nas sanções e estão a perder a guerra; as economias ocidentais estão a ficar um descalabro e estão a perder o controlo do mundo não ocidental. Têm falhado sistematicamente em tudo o que fazem - absolutamente tudo. Porquê?
Mas, agora, porém, vêem-se confrontadas com um problema difícil. A guerra da Ucrânia e a perda crescente de controlo sobre o mundo não ocidental estão a começar a provocar o caos económico no Ocidente - a que se seguirá o caos social. Ora, tudo isto, está a fazer cair o castelo de cartas demasiado depressa e eles receiam perder o controlo do processo. Precisam de reagir e resolver esses problemas - mas não sabem como - porque à frente do Ocidente está uma caterva de incompetentes, imaturos e impreparados. Daí toda esta agitação frenética a que se entregaram quando sentiram abalar a grandiosa noção que têm de si próprios; por isso, aumentam constantemente a tensão a todos os níveis. Gritam com as pessoas, insultam-nas, inventam explicações ilusórias e por fim refugiam-se na negação absoluta.
Este espectáculo patético está à vista de todos - incluindo dos líderes do mundo não ocidental.
Por isso, todos querem distância das nossas elites …
Não é agradável, e pode até ser perigoso, estar ao lado de um narcisista a descompensar.
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