O
ateísmo não dá qualquer orientação para a vida
Embora eu tenha conseguido evitar admitir o facto
e ver as suas consequências, durante mais de 40 anos, a verdade é que o
ateísmo não fornecer qualquer orientação para a vida.
Os ateus deveriam ser suficientemente homens para chegar rapidamente a esta mesma conclusão (embora eu “não” o tenha feito - e por isso esteja aqui
a pedir aos outros que sejam mais honestos e rigorosos do que eu próprio
consegui ser).
Pensem bem: o que é que o ateísmo não faz?
O ateísmo não fornece qualquer base para se ser
"bom" ou virtuoso, em vez de mau (de facto, o ateísmo é sensível à
realidade do mal apenas porque não consegue conceptualizar o bem).
O ateísmo não fornece nenhuma base para se preferir o
altruísmo ao egoísmo; nenhuma base para o juízo estético, para preferir a
beleza à fealdade; nenhuma base para procurar e dizer a verdade, em vez de
propagar mentiras.
Para os ateus, tais questões são - na sua raiz – apenas
preferências pessoais arbitrárias e injustificáveis - uma vez que, se forem
justificadas em termos das suas consequências (por conduzirem a resultados como
a paz, a prosperidade ou a utilidade), então qualquer preferência quanto às
consequências é, também, meramente pessoal arbitrária e injustificável
(ou seja, a preferência pela felicidade, paz, prosperidade e utilidade em
detrimento da miséria, guerra, pobreza e dificuldades é, para um ateu,
meramente subjectiva - meramente "a minha opinião" ou "a opinião
do meu grupo").
E, o critério da conveniência baseia-se, por
definição, numa preferência subjectiva não fundamentada.
O ateísmo não oferece qualquer base para o
respeito pelos indivíduos, uma vez que estes são considerados, por ele, como uma minoria
de apenas um ser humano – um organismo insignificante e de vida curta em
comparação com um planeta cheio de nações, sociedades, culturas, ideologias e grupos
poderosos.
A conveniência sacrificará sempre o indivíduo a um "bem maior" – à igualdade, ao progresso, ao Estado, aos “amanhãs
que cantam".
(Em contraste, um cristão considerará - ou deveria
considerar – as nações, sociedades, culturas, ideologias e grupos como
totalmente insignificantes e de curta duração quando comparados a uma única alma imortal).
O ateísmo não fornece nenhuma razão para rejeitar
o enfoque no prazer egoísta de curto prazo; nem para rejeitar a cobardia, o
parasitismo e a vitimização. O ateísmo não fornece nenhuma razão, excepto a
conveniência, para considerar os outros seres humanos como algo mais que algo a
ser explorado ou evitado de acordo com os nossos impulsos e ímpetos espontâneos
- ou adquiridos.
No entanto, o ateísmo também não fornece nenhuma
razão para seguirmos, ou rejeitarmos, os nossos impulsos e ímpetos, mesmo se “evoluídos”.
O ateísmo não pode combater a desmotivação e a
alienação - uma vez que mina e destrói qualquer tentativa de descobrir ou dar
um objectivo, um sentido à vida. Mesmo o simples hedonismo, a mera procura de
prazer e a fuga ao sofrimento, tornam-se totalmente irrisórios quando se referem a
criaturas mortais no contexto infinito do tempo e do espaço.
Por isso, caros ateus, chupem-na!!!
Bruce Charlton
Comentários
Enviar um comentário