« Já Eurípedes, em As Bacantes, tinha entendido, há 2500 anos, que quem controla o comportamento sexual da população, controla o Estado. E, este, é o principal postulado da Política moderna. Quem perceber isto, entende porque a pornografia, a "educação" sexual, a contracepção e o aborto promovidos e financiados pelo Estado, são assuntos não negociáveis nas democracias liberais modernas, tanto para esquerda como para a direita: Sem eles, os "governantes invisíveis", de que falava Edward Bernays, perderiam todo o seu poder.»

 Libido Dominandi, de E. Michael, Jones


«Victor Lenore[1], deu-nos um exemplo concreto das técnicas de poder usadas pelas democracias liberais: tendo formação musical, pretendeu estudar, sob esse aspecto, um movimento cultural contestatário ocorrido em Espanha nos anos oitenta, conhecido por La Movida[2]. Para sua surpresa, Lenor, deparou-se com documentos e declarações de detentores do poder, à época, que demonstravam ter o governo socialista de Filipe Gonzalez fomentado e financiado - com a ajuda das classes artística e intelectual - uma “celebração hedonista que ocupasse o espaço público sem articular qualquer exigência política à classe dominante; uma espécie de catarse popular que não fosse além do mero divertimento e relaxamento moral sem consequências especiais a nível político ” (SIC).

 Enquanto as massas cretinizadas se divertiam e cevavam livremente os seus apetites, as elites, perpetravam a integração europeia procedendo à reconversão industrial, retirando direitos laborais e rendimentos ao povo espanhol, implementando um sistema de quotas que acabava com os sectores agro-pecuário e das pescas, liquidando assim todo o sector produtivo real, abrindo as fronteiras à avidez do capital apátrida e delineando sob orientação europeia um plano educativo que transformasse os jovens em meros quadros do sistema, conformistas e convencidos de que o “ direito à diversão” e a “autodeterminação sexual” eram as mais importantes reivindicações politicas que se podiam exibir. As elites teriam conseguido assim enganar várias gerações, numa demonstração prática da asserção de Aldous Huxley:

 A liberdade política e económica diminui na razão inversa das liberdades

sexuais.”»

Juan Manuel de Prada



[1] Espectros de la Movida – Ediciones Akal

[2]  Movida Madrilena  (do castelhano la movida, "a acção")  foi um movimento contra cultural surgido em Madrid no início da década de 80. Estendeu-se rapidamente por toda a Espanha na chamada Movida Espanhola. Prolongou-se até ao final dos anos 80, tendo tido o seu auge em 1981 com El Concierto de Primavera". Nesse período, a noite madrilena foi muito activa, não só pelas saídas noctívagas da juventude, mas também por causa de um interesse incomum nas chamadas "culturas alternativas" ou "subterrâneas" (underground).

 

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