Papa dá um tapa numa beata chata.
Dos Jornais(1/9/ 2017): Papa Francisco revela ter tido sessões de psicanálise quando era mais novo. Quando tinha 42 anos, Jorge Mário Bergoglio teve consultas com uma psicanalista que o “ajudou muito”. Agora, "sente-se livre"... (para dar tapas em beatas chatas).
Perto do fim
da vida, Sigmund Freud adoptou um novo género autobiográfico que poderíamos
chamar de autobiografia alegórica. Um
bom exemplo deste tipo de obra é o
seu livro Moisés e o Monotaísmo.
Aí, Freud, desenvolve
a tese segundo a qual Moisés seria "um egípcio que os autores da
Bíblia tiveram necessidade de transformar em judeu”. De onde teria tirado esta brilhante conclusão, Freud, nunca se deu ao trabalho de esclarecer.
Mas, não é
preciso ter uma Pedra da Roseta para conseguir descortinar a intenção implícita
nesta frase. O que Freud realmente queria dizer era que Moisés foi um judeu que
ele, Freud, estava interessado em transformar num egípcio.
Porque
quereria Freud menosprezar a figura de Moisés? Possivelmente por se tratar do
Legislador por excelência; aquele nos transmitiu os Dez Mandamentos.
Freud
precisava de destruir o núcleo ético do judaísmo e do cristianismo e, desacreditando
Moisés, atacava a moral ocidental conseguindo libertar-se, assim, do peso “moralidade mosaica”.
Ou seja, a psicanálise não passava de mais uma ética criada por mais um falso messias - o próprio Freud - que pregava mais uma forma de escapar à Lei Moral e ao sentimento de culpa que naturalmente resulta da sua violação.
A psicanálise desempenha assim um papel religioso, sobretudo no que diz respeito aos pecados, tal como foram definidos pela lei mosaica. As violações mais profundas do código mosaico: a agressão, o assassínio, a sexualidade desviada, o incesto, o adultério, etc., são precisamente os temas preferidos da psicanálise.
Em vez do
implacável Moisés, Freud dava-nos o psicanalista, o “superego que não
condena” (quem sou eu para condenar? - é o estribilho preferido do Papa Francisco). Este ouve o “paciente” contar os seus mais cabeludos pecados mas nada
condena. De facto, se existe alguma espécie de culpa…, ela deve ser atribuída inteiramente aos pais do paciente e ao modo como eles o trataram em criança.
Por outras
palavras, a “libertação” proposta pelo falso messias da psicanálise é, no fundo, a libertação da obrigação de se cumprir os Dez Mandamentos; ou
por outras palavras, a libertação da obrigação de se ter um comportamento segundo a lei moral,
sobretudo a nível sexual.
A teoria freudiana
do Complexo de Édipo foi, assim, uma tentativa de rescrever a Lei Mosaica de
forma a que se tornasse mais compatível com a "liberdade" moderna. E, para tal era necessário liquidar a figura de Moisés.
Freud
tornava-se, assim, um “Herói Judeu”, que liberta o seu povo da culpa, através
da psicanálise.
Nesse
sentido, tornava-se não apenas um novo Moisés, mas um novo Cristo, que vem
anular a Lei Antiga e trazer novos mandamentos.
Visto por
outro prisma, trata-se, como já salientaram alguns autores, dum autêntico pacto
com o Demónio, através do qual Freud se torna um anti-Moisés e um anti-Cristo.
No homicídio simbólico de Moisés, Freud, qual novo Édipo, figurava o assassínio do próprio pai em ordem a livremente poder ter relações com a sua mãe – representada por Mina Bernays, sua cunhada, com quem mantinha uma relação incestuosa.
Encontrando,
desta forma, uma racionalização justificativa para o seu comportamento imoral,
Freud conseguia que algo passasse a ser verdadeiro, pelo simples facto de ele querer que fosse verdadeiro.
Mas, ao ter
cedido à tentação do incesto, Freud cometeu um acto de auto-mutilação do qual
resultou a sua cegueira intelectual.
A destruição, aqui, não é um mero efeito externo da impureza; é uma sua propriedade essencial e imanente.
E, isto
porque ceder à luxúria é uma violação da razão e, esta, por sua vez, é parte essencial da natureza humana. Só
quando age de acordo com a razão – isto é, quando age moralmente – o homem se
mantém humano. O abandono da razão, em matéria tão crucial, paralisa as potências da sua alma.
Abandonar-se
à impureza, entregar a alma ao mundo e à sensualidade, leva à parálise das
forças primordiais do ser moral, trás a incapacidade para apreender no silêncio, o
chamamento da Realidade e de conseguir fazer, no recolhimento desse mesmo
silêncio, a decisão apropriada à situação concreta.
Este é o significado inerente aquelas
frequentes advertências dos Santos e Sábios do passado quanto à falsificação e
corrupção da virtude da prudência, à cegueira do espírito e ao estilhaçar da
capacidade de decisão.
A causa da
cegueira de espírito, claro está, não é a sexualidade em si mas o uso impróprio
dessa sexualidade.
Um homem
sensual, mundano, não-casto, procura, antes de mais, algo para si próprio e,
assim, é constantemente “distraído” por um interesse subjectivo
(não-objectivo); o seu esforço constante no sentido de obter para si próprio
alguma vantagem, prazer ou satisfação de um apetite impede-o de confrontar a
realidade com o desapego e o distanciamento essenciais para se poder obter o
verdadeiro conhecimento.
São Tomás de
Aquino usa a imagem do leão que ao ver um veado é incapaz de pensar em mais
nada se não na refeição que se aproxima. Um coração não-casto, não está apenas
fixado na obtenção de determinada vantagem ou prazer; nele, a “janela” da alma
perdeu a sua “transparência”, ou seja, perdeu a capacidade de perceber a
realidade, porque o seu interesse-próprio a cobriu-a de poeira e sujidade. A
percepção é distorcida pelo desejo e, é substituída por uma projecção desse
mesmo desejo.
“Só quem
está silencioso pode ouvir, só quem é invisível pode ver.”
O homem
sensual perde o contacto com a realidade. Pode ainda dizer algumas “verdades”,
mas não acerca da Realidade. Apenas diz ”verdades” sobre si próprio, sem disso
se aperceber. Só consegue falar da sua percepção distorcida e das projecções
por si criadas. Vê o teatro onde vai actuar através das lentes distorcidas dos
seus apetites.
Na ausência
da Virtude a mente não deixa de funcionar; continua a funcionar, mas sem
qualquer contacto com a realidade.
Viver uma
vida virtuosa, segundo a lei moral e segundo a razão, permite o abraçar duma
vida intelectual aberta à realidade e passível de permitir alcançar algumas
explicações sobre a verdade.
Na ausência
de virtude o pensador mais não faz que projectar os seus desejos, apetites,
medos e necessidades, na realidade. A Realidade para ele torna-se o material de
que constrói os seus próprios ídolos.
No primeiro
caso, obtemos sabedoria, filosofia e ciência; no segundo, neurose, ideologias,
narrativas e pensamento mágico.
C. S. Lewis
estava certo: a antítese do Sábio de antanho que procurava levar uma vida
virtuosa conformando a sua alma com a realidade, é Fausto, o ideólogo, o
mágico, que almeja o poder para através dele conseguir possuir uma virgem.
Comentários
Enviar um comentário