NATAL

Humanamente falando, a beleza e o encanto da história do Natal residem, em grande medida, no facto de ela ser uma história infantil; a história do nascimento de uma criança -  condizente com a fresca beleza de uma criança. 

De certa forma, só uma criança a pode compreender; e, como nenhum de nós chega a crescer completamente, o Natal tem, assim, um atractivo universal.

 É uma fantasia divina que, na nitidez dos seus contrastes e na riqueza dos horizontes que abre aos olhos do Homem, é comparável, e até ultrapassa, o mais belo conto de fadas da nossa infância. 

O Natal traz aqueles dons do Menino que quebram a ilusão perversa da nossa cegueira e transformam o mundo. 

As coisas passam a não são ser, de todo, o que pareciam: 

Os degraus instáveis e sujos de um curral, são afinal uma escada resplandecente que levam às moradas celestiais.

 Uma existência monótona, cinzenta e sem sentido, torna-se agora numa aventura cheia de significado, em que cada momento é uma aposta decisiva no Céu ou no inferno. Deixa de haver uma só vida humana sem desígnio, nem um só momento, nela, que não exija coragem e determinação.

 O que era um pedaço de pão torna-se o corpo e o sangue do Filho de Deus.

 Um pouco de água vertida, abre as portas do Céu.

 Uma palavra murmurada num lugar escuro, apaga  a mancha de qualquer pecado.

E, a vida torna-se uma corrida que se dirige velozmente para uma meta que só parece incrível,  para quem não tem os olhos duma criança - abertos pela divina Criança de Belém.



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