“A minha atitude perante aqueles que defendem o mito do progresso, passou da irritação ao tédio; há muito que deixei de discutir com pessoas que preferem a quinta-feira à quarta-feira, por ser quinta-feira. Defender algo porque é actual é absurdo porque ser actual não significa absolutamente nada. Quem o faz, na realidade o que pretende dizer é, claramente, que a maioria não concorda ainda com a minoria que ele representa. Dizer que “o Toninho é bom rapaz” é uma declaração filosófica digna de Platão, Aristóteles e S. Tomás de Aquino. Dizer que “o Toninho é um rapaz do seu tempo” é uma metáfora grosseira, que tem por base um cronómetro.”
G.K. Chesterton,
O LIBERALISMO E A METAFÍSICA DA MÁQUINA DE LAVAR
“O modelo liberal ocidental diz: “você quer-se nos opôr? Faça favor, tem todo o direito; mas, pense bem, você não vai querer certamente perder a sua “máquina de lavar”, pois não?
O argumento da “máquina de lavar” é o argumento
decisivo para os crentes no mito do progresso. Afinal, todo o mundo quer ter
uma máquina de lavar – pretos, brancos, progressistas, conservadores,
ortodoxos.
E, os
comunistas também, segundo uma lógica diferente de que é necessária uma mudança
estrutural irreversível e de que, do triunfo do capitalismo, nascerá o
comunismo.
No entanto
o socialismo chegou à Rússia antes do capitalismo, ficou por cá uns tempos,
liquidou uma quantidade apreciável de pessoas e depois desapareceu.
Vai ser exactamente assim com a máquina de lavar.
Se
pensarmos na metafísica da máquina de lavar e até que ponto ela está ligada aos
verdadeiros valores dum sistema filosófico, chegaremos facilmente à conclusão
de que, de um modo geral, a vida humana, é perfeitamente possível, e talvez até
potencialmente passível de ser inteiramente feliz, sem máquinas de lavar.
Mas, para a sociedade liberal esta é uma ideia
aterradora, quase um sacrilégio. Ela pode entender tudo, menos a vida sem
máquina de lavar. Trata-se dum dogma científico: a vida sem máquina de lavar
não é possível.
Nisto se resume toda a força do argumento liberal;
e é daqui que nasce o seu carácter totalitário e genocida.”
Alexander Dugin, The Fourth Political Theory
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