O HOMEM SEM DEUS
Está activamente em curso a imposição de um novo conceito de família . Este processo é dissimulado e insidioso. Com uma frequência cada vez
maior, ouvimos termos como “encorajar a parentalidade positiva”, “melhorar as
competências parentais”, “mudar os estilos parentais” e “combater os
estereótipos de género”.
O que significa tudo isto? De onde vêm todos
estes termos? Terão sido inventados por pessoas benevolentes e sinceramente
interessadas em melhorar a educação familiar? Ou promovem simplesmente as
ideias de alguns grupos de interesse cujas intenções nada têm a ver com a
defesa dos valores da família tradicional?
A base desta estratégia já foi explicada muito
claramente pelos próprios promotores “A estratégia de educação parental baseia-se na teoria de que a
família não é uma realidade objetiva, mas sim um produto sociocultural, “uma
constelação de ideias, conceitos e terminologias”, que é continuamente criada e
recriada por práticas socioculturais.”
O novo conceito de família
que oferece baseia-se no modelo ideológico da “ideologia de género”.
Alegando a “necessidade urgente” de uma educação
parental e partindo do pressuposto de que as famílias tradicionais têm uma
mentalidade antiquada e regressiva, esta estratégia afirma que “os estilos
parentais devem ser revistos para se tornarem relevantes para as crianças e
para combater os estereótipos de género que afectam os vários estilos de vida
das raparigas e dos rapazes”.
Este projecto faz lembrar as tentativas dos
regimes globalistas e totalitários de criar aquilo a que sempre se chamou “um
novo ser humano”, ou seja, uma pessoa sem família, nacionalidade, país ou
identidade; e baseia os seus argumentos na ideia de que todas as famílias tradicionais
são abusivas para com as crianças. Os apoiantes desta estratégia ignoram os
direitos dos pais e procuram destruir os valores cristãos .
Os Irmãos Karamazov, um romance notável de F. Dostoiévski, contém um capítulo que é particularmente relevante para o tema em apreço. Ivan Karamazov, um ateu, conta uma história distópica ao seu irmão Alyosha. Nesta história, Cristo desceu à Terra para viver entre as pessoas.
A Cristo não é permitido falar. Apenas ouve as
afirmações aterradoras que fazem lembrar os argumentos do diabo no deserto das
tentações (ver Mateus 4, 4-11). Todas elas têm a ver com liberdade e poder. As
pessoas não podem ser livres porque têm medo da liberdade.
Aqui vemos todos os pré-requisitos do totalitarismo e da sua estratégia de reeducação para a formação do "novo Homem".
Nos nossos dias as vítimas da versão actual do Grande Inquisidor são os “conservadores”, os “tradicionalistas” e as “pessoas com mentalidade antiquada”.
Os novos
grandes inquisidores como os seus “educadores” estão certos de que educar os
filhos na fé é uma patologia que deve ser “curada”, a fim de que nasça o "homem novo".
O “homem novo” é um conceito progressista de ser humano que se baseia no corte com a tradição, o passado, a história, os valores, a família e Deus.
É promovido pelo poder da persuasão; e os lacaios do Grande Inquisidor são pacientes e meticulosos. Desenvolvem conceitos ideológicos, lançam projectos educativos e criam uma vasta rede de organizações não governamentais dispostas a apoiar, combater, aplaudir, condenar e fazer tudo o que for necessário para esmagar qualquer resistência da sociedade.
Ao mesmo tempo, somos inundados de mentiras. Conceitos importantes são reimaginados ao estilo de Orwell. “Liberdade” já não significa liberdade. “Família” já não significa família.
Estamos no teatro do absurdo. Os nossos valores, como a dignidade, a liberdade, a verdade, o amor, a coragem, estão enclausurados e espalhadas pelo mundo. É uma cena sinistra, e o Grande Inquisidor ri-se, sabendo como esta visão é assustadora.
Então, o que é que devemos fazer? Devemos reagir.
Não devemos ficar petrificados, olhando para esta cena aterradora criada pelo
Grande Inquisidor, pois se o fizermos, seremos derrotados e reeducados.
Estejamos atentos e desmascaremos a perversão dos conceitos que nos são continuamente
injectados através de discursos doutrinários.
De facto, a liberdade é um problema fundamental para esta campanha de reeducação. É por isso que o seu objetivo é privar os pais da liberdade de educação, virando as suas crenças do avesso e tornando-as compatíveis com o “admirável mundo novo”.
“Tudo se explica pela ausência de Deus. O vosso
Inquisidor não acredita em Deus e isso explica tudo!”
Quando as pessoas não acreditam em Deus, acham que
podem fazer qualquer coisa.
É com isso que O Grande Inquisidor conta.
Todas as variações ideológicas do Grande Inquisidor também acreditam na respectiva impunidade.
As minorias sexuais obtêm os direitos que são
prejudiciais aos direitos da maioria. Porquê? Porque sabem que podem escapar impunes.
A nossa cultura, a cultura da família tradicional,
é a cultura da Vida. É centrada em Cristo. Todos os nossos conceitos e termos
são definidos de acordo com este modo de vida e este modo de pensar. A
liberdade, a dignidade, a verdade não significam nada sem Cristo.
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