O mundo moderno divorciou Cristo da Sua Cruz, apartando o noivo da noiva. O que Deus tinha unido, os homens separaram-no. A esquerda ficou com a Cruz e a direita com Cristo. O comunismo tomou uma Cruz – desvirtuada; a civilização ocidental post-cristã escolheu um Cristo – sem chagas.

O comunismo escolheu a Cruz ao procurar instalar, num mundo egoísta, o sentido de disciplina, abnegação, trabalho duro, esforço e dedicação em prol de fins supra-individuais. Mas, Cruz sem Cristo, é sacrifício sem amor. Assim, o comunismo criou uma sociedade totalitária, cruel, opressora da liberdade humana, cheia de campos de concentração, pelotões de execução e lavagens ao cérebro.

A civilização Ocidental post-moderna escolheu um Cristo sem Cruz. Mas Cristo sem um sacrifício que reconcilie o mundo com Deus não passa dum pregador itinerante barato, efeminado e descolorido; popular pelo Seu Sermão da Montanha, mas impopular ao afirmar a Sua Divindade, a Sua doutrina sobre o divórcio, o juízo e o inferno. Este Cristo sentimentalista é invocado por meio de mil lugares comuns, sustentado por exegetas académicos incapazes de verem a Palavra para além da letra, ou deformado, até perder a fisionomia pessoal, pelo dogma moderno de que tudo que é Divino tem necessariamente de ser um mito. Com efeito, sem a Sua Cruz, Ele não passa de mais um humanista defensor da fraternidade universal.

Assim, hoje, o que está em jogo, é o seguinte: A Cruz que o comunismo sustenta, virá a encontrar a Cristo antes que, o Cristo sentimentalista do mundo ocidental, encontre a Sua Cruz? Estamos convencidos que sim. A Rússia encontrará Cristo antes que o Ocidente volte a unir Cristo com a Sua Cruz Redentora.

 

Venerável Fulton Sheen, Life of Christ (publicado nos anos 50 do século passado)

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