"A doutrina da Igreja
evolui. Voltar atrás, é inútil "
(Papa
Francisco, dirigindo-se a jesuítas portugueses)
“Surgiu nas modernas controvérsias o hábito
imbecil de afirmar que determinado ponto de vista é defensável num dado período
histórico, mas não é defensável noutros períodos. Assim, um dogma qualquer
seria credível no século XII, mas teria deixado de ser credível hoje em dia. O que
é o mesmo que dizer que se pode defender uma determinada filosofia à segunda-feira,
mas não à quinta-feira; ou que determinada visão do cosmos é adequada às três e
meia, mas será inadequada às quatro e meia.
Aquilo em que um homem pode acreditar depende da
filosofia que perfilha, não depende do relógio ou do calendário. Se um homem
acredita que as leis da natureza são inalteráveis, então, não pode acreditar em
milagres; e, não pode acreditar em milagres em século algum. Se um homem
acredita que há uma vontade por detrás
das leis da natureza, pode acreditar em milagres; e, pode acreditar em milagres
seja em que século for.
Suponhamos que temos entre mãos uma cura
taumatúrgica. Um materialista do século XX não pode acreditar em semelhante
coisa – mas um materialista do século XII também não podia. Já um cientista
cristão do século XX tem tantas possibilidades de acreditar na referida cura
como um cristão do século XII.
O fulcro da questão é, muito simplesmente, a
teoria que uma pessoa tem acerca do mundo. Portanto, quando se discute uma
determinada solução filosófica ou doutrinária, a questão a ter em conta não é saber
se ela foi, ou não, apresentada na nossa época, mas saber se se trata realmente
de uma solução para o problema em causa.”
G. K. Chesterton, Orthodoxy (1908)
Comentários
Enviar um comentário