A modernização corrompe a consciência do homem a qual, nas sociedades tradicionais, estava centrada no repúdio do eu (“nega-te a ti mesmo e segue-Me!) e na adesão às normas contidas na tradição, tanto da vida familiar, como da vida social; na verdade, na esfera moral, social e cultural, tudo a modernização corrompe, inverte e destroi – até o conceito de humanidade.

Com efeito na época do iluminismo o próprio conceito de Homem foi alterado. Para as sociedades tradicionais o homem era escravo de Deus. Hoje, as pessoas acham isto uma selvajaria, porque, segundo elas, o homem é livre, logo não é escravo. Mas, ele era escravo de Deus porque estava livre de tudo o resto. Era escravo apenas de Deus. Assim, a Igreja dava às pessoas liberdade absoluta.

Dentro destes limites o homem podia escolher ser escravo de Deus e senhor de tudo o mais - das paixões e do pecado; ou ver-se livre de Deus e ser escravo do pecado, das paixões momentâneas, do Diabo,

Esta é a escolha moral que cada homem tem de fazer.

 Nas sociedades tradicionais achava-se que estava certo ser-se escravo de Deus e errado ser-se escravo das paixões. Durante o processo de modernização, decidiu-se inverter tudo isto. Agora o homem é encorajado a libertar-se de Deus e a ser escravo das paixões, do pecado, do Diabo.

Todos conhecem a frase de Nietzsche, “Deus está morto”; mas, poucos sabem como a frase termina: “ vocês mataram-No - vocês e eu!”

Ao desejarem o progresso e a modernização as pessoas mataram Deus; compraram o seu conforto material e a crença no mito do desenvolvimento ilimitado, com a morte de Deus.

Esta foi uma visão muito honesta e correcta de Nietzsche que mais não fez que a chamar as coisas pelo seu nome.

Para que o homem moderno possa surgir, é preciso tirar Deus do pedestal.

Aqui jaz toda a essência diabólica do humanismo.

 A luta contra Deus faz parte do ADN da modernidade.

Alexander Dugin,The Fourth Political Theory

 

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