Como será a
vida depois do wokismo? Se quisermos ultrapassar a ideologia woke, temos
primeiro de identificar as suas raízes e arrancá-las. As suas raízes são o
nominalismo, o hiper-individualismo e o liberalismo como ideologia que convida
cada indivíduo a abandonar qualquer forma de identidade colectiva.
A ideologia
woke, da esquerda liberal globalista, é a consequência lógica de toda a
história do liberalismo que pretendeu libertar o indivíduo, da Igreja Católica, da família, dos estamentos, do Império, dos Estados nacionais, das ideologias colectivas
(fascismo e comunismo), da raça, da identidade étnica e, até, do género e, por
fim, da humanidade como espécie (através do trans/pós humanismo).
O Wokismo
não é apenas uma perversão casual, uma aberração, um desvio. É a fase final da
modernidade ocidental. Por isso, a ideologia Woke tem muito mais fundamento do
que o actual anti-wokismo. Para nos livrarmos dela, não basta ser “anti-Woke”;
precisamos de ultrapassar a própria Modernidade, de lhe fazer uma crítica
profunda.
A modernidade, o seu espírito, o seu paradigma é incompatível com a tradição, a religião, o Cristianismo. Ou uma coisa, ou outra. Sem um grande regresso à Pré-Modernidade e à sua ontologia, ficaremos sempre vulneráveis.
A
Modernidade Ocidental é o Anticristo. A fase Woke é apenas a finalização da sua
manifestação.
Mas a
Pré-Modernidade tem que ser entendida como um paradigma supra-temporal. Como
algo eterno. A Pré-Modernidade não está apenas atrás de nós. Ela pode existir
agora e pode tornar-se o nosso futuro. É, não o passado, mas a eternidade.
A Modernidade negou a eternidade em favor da
pura temporalidade.
O Woke é,
assim, a fase final da pura duração - sem qualquer significado - vitória total
do tempo sobre a eternidade. “Significado” quer, aqui, dizer um vislumbre da
eternidade dentro da temporalidade. Daí o fim da história (Fukuyama) e o fim do
homem (trans/pós humanismo). O tempo sem referência à eternidade não pode ser
contado, medido.
Existem dois
tipos de governo: o governo do Rei do Mundo, Jesus Cristo - o governo da
eternidade; e o governo do príncipe deste mundo, Satanás - o governo do tempo
puro, do Wokismo, o qual, é a fase final da pura duração - sem qualquer
significado - vitória total do tempo sobre a eternidade.
O advento da
modernidade foi a passagem do poder do primeiro para o segundo tipo de governo.
Foi a rebelião democrática e demonocrática da matéria contra o espírito.
A, própria,
técnica é um fenómeno metafísico. A essência da técnica não é a técnica. A
técnica, é algo moderno, não tradicional - é alienação. Ela pode ser
domesticada, mas será sempre o mesmo que montar um tigre (Július Évola). A
técnica é uma espécie de condenação. Podemos entendê-la como uma iniciação
(invertida), como uma descida ao inferno.
Silicon
Valley é um espaço para autênticos satanistas.
Alexander
Duguin 8/1/2025
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