Com a graça santificante e sacramental, vem também o carácter do sacerdócio. É uma marca na alma de um homem que não pode ser erradicada por nenhum decreto estatal, por nenhuma força armada, nem mesmo pela perversidade da vontade do próprio sacerdote. Ele é sacerdote para sempre; mesmo no céu, mesmo no inferno. Por isso, a sua vida é marcada por um propósito, ele é um emissário divino, com a mesma missão que o próprio Filho de Deus: levar aos homens as coisas de Deus, espalhar esses dons com mão real, generosamente, sem restrições, como se o tesouro fosse inesgotável. De graça ele recebeu; de graça deve dar.

Que coisas de Deus? O que é que ele dá tão gratuitamente? O que é que os homens precisam tão desesperadamente? Há alguns anos, estas perguntas poderiam ter sido feitas com um sorriso cínico, enquanto os homens olhavam para os seus celeiros repletos, fábricas zumbindo e terras pacíficas, recusando-se a olhar além da superfície, para as almas dos homens. Hoje é mais do que evidente que os homens precisam da verdade: a verdade da vida, um conhecimento íntimo da vida de Deus e um conhecimento profundo do significado da vida do homem; a ciência de viver, o segredo de uma vida bem-sucedida, a chave para o significado do universo. O homem precisa da verdade que o libertará das correntes do universo e lhe permitirá vagar nos pátios de Deus. Esta é a verdade que o sacerdote traz.