SALAZAR

                                                                          Um Depoimento       

                                                       Marcos Pinho Escobar
                                                   

     Trinta anos volvidos sobre o afastamento de Oliveira Salazar da chefia do governo, cumpre homenagear aquele que foi uma das maiores inteligências e mais fortes personalidades da história; o homem de génio que salvou Portugal da decadência e da indigência, restaurou-lhe o prestígio e recolocou-o nos trilhos da sua missão histórica; o estadista de craveira excepcional para quem os interesses e direitos de Portugal estiveram sempre acima de tudo; o portugês de lei, o exemplo de integridade e dedicação, o homem de pensamento e acção, o doutrinador, o derradeiro cruzado e profeta do ocidente.
     O Portugal de Salazar foi uma Nação grande, repartida por quatro continentes, com incalculável importância geoestratégica e grandes responsabilidades históricas; o Portugal de hoje é um minúsculo e exíguo rectângulo.
     O Portugal de Salazar foi uma Nação independente com autonomia de julgamento e decisão; o Portugal dos nossos dias abdicou da soberania e esmera-se na obediência à cartilha de estrangeiros.
     O Portugal de Salazar existia por uma vontade colectiva de existir; o Portugal hodierno - cada dia mais - parece existir por cortesia de outros.
     O Portugal de Salazar foi uma Nação digna e respeitada na arena internacional; o Portugal que nos resta é motivo de chacota, é tomado por apêndice espanhol, é afrontado por qualquer chefe tribal ex-terrorista.
     O Portugal de Salazar foi intransigente na defesa da integridade da Nação; o Portugal da Abrilada optou por retalhar o território nacional e transferir os pedaços à soberania estrangeira.
     O Portugal de Salazar foi inflexível na defesa da população ultramarina contra terroristas assassinos; o Portugal abrilino abandonou a mesma população à sanha dos seus algozes.
    O Portugal de Salazar defendeu a dignidade da pessoa humana, garantiu a ordem nas ruas e a segurança dos cidadãos; o Portugal da actualidade considera a dissolução do carácter e as aberrações morais como exercício da liberdade, é condescendente com desordeiros e militantes, não oferece segurança às pessoas de bem, seja em casa ou nas ruas.
     O Portugal de Salazar dotou o país de infra-estruturas, promoveu a sua industrialização e protegeu os sectores-chave da economia, integrando-o paulatinamente e com salvaguardas nos espaços económicos de livre-comércio; o Portugal gerado pela abrilada, arruinou as estruturas económicas e preside alegremente ao desmantelamento da indústria, da agricultura e das pescas, segundo o receituário mundialista.
     O Portugal de Salazar entendia a política como instrumento ao serviço da colectividade e o poder como missão de servir; no Portugal vigente, a política é estratagema para a satisfação de interesses egoístas de pessoas e grupos, enquanto o poder é interpretado como o direito de servir-se.
     O Portugal de Salazar cultuava a nossa História, homenageava os nossos Maiores, condecorava Heróis da Pátria; o Portugal abrilino, expunge a nossa História, ignora os nossos Maiores, exalta traidores à Pátria.
     O Portugal de Salazar não discutia Deus, a Pátria, a Família; no Portugal abrilino nega-se Deus, vende-se a Pátria, liquida-se a Família.
     O Portugal de Salazar soube merecer os nossos mortos; o Portugal abrilino os não merece.
     Diante de tanta traição, tanta apostasia, tanta ignomínia, tanta passividade e tanta dissolução do carácter nacional, cumpre inquirir se o consulado de Salazar não foi - "somente" - uma barragem temporária contra o declínio inelutável da Nação portuguesa. Afinal, se os portugueses se estão nas tintas para a sua nacionalidade, se sentem bem na companhia de traidores à Pátria que amputaram largas parcelas do seu território e promoveram a imolação de milhões de inocentes, se se contentam em comer pelas mãos de estrangeiros, se se regozijam com afrontas à sua História e aos seus Maiores, se se genuflectem sorridentes diante daqueles que nos querem dominar, diluir e absorver - então os portugueses têm o destino que merecem. "25 de Abril", Maastricht, Schengen, Amesterdão, regionalização, iberismo, mundialismo; são tudo etapas do aniquilamento físico da Nação, tornado possível - exclusivamente - pela decomposição programada do carácter nacional.
Registam-se aqui a homenagem a Salazar e a saudade que este homem providencial deixou nos corações onde ainda vibra o nome de Portugal. E acrescenta-se que a perspectiva oferecida pelo "espectáclo" deste último quarto de século confirma e amplia a genialidade de Salazar.

Marcos Pinho Escobar (2000)


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